A conta de luz deve subir novamente em 2026 após alta em 2025, mas alternativas como energia por assinatura e mercado livre oferecem soluções mais acessíveis.
O ano de 2025 deve terminar com mais um aumento expressivo na conta de luz dos brasileiros. De acordo com os dados da Aneel, as tarifas residenciais acumularam alta média de 7% ao longo do ano, pressionadas pelo avanço dos encargos setoriais e do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). E o cenário para 2026 deve continuar desafiador, exigindo que os consumidores busquem maneiras de mitigar esses custos crescentes.
De acordo com projeção da TR Soluções, a conta de luz dos consumidores residenciais brasileiros deve subir, em média, 8% em 2026. O cálculo considera uma média ponderada das 51 distribuidoras de energia elétrica do país e não inclui impostos nem bandeiras tarifárias. As maiores altas são esperadas nas regiões Sul e Sudeste, com 9,5% de aumento cada. No Centro-Oeste, a variação deve ser de 6,7%, enquanto o Norte deve registrar 7,6% e o Nordeste, 4,4%, mostrando uma variação regional significativa nos reajustes esperados.
Entre os principais fatores que impulsionam esse aumento estão os efeitos da Lei nº 15.235/2025, que ampliou o alcance da Tarifa Social de Energia Elétrica. Essa mudança deve elevar os custos da CDE, responsável por financiar políticas públicas e subsídios, que já representam cerca de 12% do valor total da conta de luz. Esse repasse de custos governamentais diretamente para o consumidor final tem sido um ponto central de debate no setor elétrico brasileiro nos últimos anos.
Gustavo Ayala, CEO do Grupo Bolt, um dos principais grupos de energia renovável do País, critica o modelo atual:
O ano de 2025 escancarou a fragilidade do modelo tarifário tradicional, que continua repassando custos desnecessários ao consumidor. O brasileiro paga caro não apenas pela energia que consome, mas por uma série de encargos e subsídios que distorcem o preço real
Um estudo da Abraceel – Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia aponta uma disparidade clara entre os mercados. Entre 2010 e 2024, as tarifas no mercado regulado subiram 177%, uma alta 45% acima da inflação medida pelo IPCA. Em contraste, no mercado livre de energia, o aumento foi de apenas 44%, uma variação 64% menor que a inflação. Isso reforça o potencial de economia e previsibilidade que o mercado livre oferece aos consumidores que podem optar por ele.
Segundo a Aneel, os encargos da CDE atingiram R$49 bilhões em 2025, configurando o maior valor da série histórica. Deste total, R$47 bilhões foram pagos diretamente pelos consumidores do mercado regulado. Este volume maciço de encargos ilustra o peso das políticas públicas sobre a tarifa final, sendo um dos principais motivadores para a busca por fontes alternativas de energia e modelos de contratação mais vantajosos, visando aliviar a pressão financeira sobre as famílias e empresas.
Energia renovável pode ser solução
Diante desse quadro, alternativas como a da Bow-e, marca do Grupo Bolt que oferece energia solar por assinatura, ganham destaque por garantir desconto na conta de luz, sem a necessidade de instalação de painéis solares próprios. Este modelo elimina a barreira de investimento inicial, facilitando o acesso à geração distribuída.
Ayala explica os benefícios do modelo de assinatura:
O modelo de energia solar por assinatura tem ganhado cada vez mais adesão por oferecer inovação, liberdade de escolha e uma economia média de 20% na conta de luz em comparação com as tarifas tradicionais. Em momentos como este, com os reservatórios muito abaixo da média, cresce a busca por alternativas mais previsíveis, e é aí que a geração distribuída se mostra uma solução eficiente e mais acessível
Além do público residencial, os modelos de energia renovável por assinatura têm crescido entre pequenas e médias empresas. Essas empresas buscam não apenas economia, mas também atender a metas ESG e reduzir a pegada de carbono. A adoção dessas fontes limpas alinha a estratégia corporativa com a sustentabilidade, gerando valor reputacional e operacional em um mercado cada vez mais consciente ambientalmente.
O impacto é ainda maior para as empresas
Se para os consumidores residenciais o reajuste pesa no bolso, o impacto é ainda mais expressivo para empresas de médio e grande porte, que possuem consumo elevado e ficam mais expostas à volatilidade tarifária. Nesse contexto, o mercado livre de energia surge como alternativa estratégica, permitindo que companhias negociem contratos diretamente com geradores ou comercializadores e consigam previsibilidade orçamentária e descontos de até 30% em relação às tarifas do mercado cativo.
O especialista reforça a importância da migração:
O mercado livre tem se consolidado como um dos principais caminhos para empresas que buscam não apenas reduzir custos, mas também ter maior previsibilidade e competitividade em seus negócios. Em momentos de tarifas elevadas, como agora, a migração representa uma oportunidade de blindagem contra oscilações frequentes do mercado cativo
Com a abertura do mercado para consumidores de média tensão desde 2024 e o avanço das discussões sobre a entrada de consumidores residenciais a partir de 2026, o Brasil vive um momento de transformação no setor elétrico. O mercado livre de energia e os modelos de energia renovável se consolidam como pilares de uma nova era de consumo energético: mais competitivo, sustentável e previsível.
