Agência Reguladora Avalia Margem para Redução da Tarifa de Itaipu Após Quitação de Dívida Bilionária

Agência Reguladora Avalia Margem para Redução da Tarifa de Itaipu Após Quitação de Dívida Bilionária
Agência Reguladora Avalia Margem para Redução da Tarifa de Itaipu Após Quitação de Dívida Bilionária - Foto: Reprodução / Freepik
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A Aneel reconhece potencial para diminuir o custo da energia de Itaipu, impulsionando a modicidade tarifária no Setor Elétrico brasileiro após a extinção do passivo de construção da usina.

Conteúdo

Visão Geral

O Setor Elétrico brasileiro vive a expectativa da maior redução potencial no Custo de Geração dos últimos anos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou publicamente que vê margem para redução da tarifa de Itaipu, um alívio financeiro que pode injetar centenas de milhões de reais no sistema. O fator-chave dessa mudança sísmica é o fim da dívida bilionária contraída para a construção da usina, liquidada em 2023.

Para os profissionais que operam com Energia Limpa e Transição Energética, essa não é apenas uma notícia de economia. É um reposicionamento estratégico. A energia hidrelétrica de Itaipu, uma das maiores do mundo, possui o menor custo de *firm power* do Brasil. Uma redução tarifária substancial liberaria capital que poderia ser direcionado para garantir a modicidade tarifária ou financiar a expansão da Energia Solar e Energia Eólica.

O Efeito ‘Dívida Zero’ no Custo de Geração

A tarifa de Itaipu é calculada com base no Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (CUSE), conforme o Anexo C do Tratado de Itaipu. Historicamente, o principal componente desse custo era o serviço da dívida (juros e amortização) que financiou a construção da usina binacional.

Com o pagamento integral da dívida em fevereiro de 2023, esse componente foi eliminado do cálculo. O Custo de Geração residual passou a cobrir apenas custos operacionais, royalties, despesas de administração e a remuneração de capital de *equity*. O Aneel tem sido vocal: a eliminação do passivo deve ser imediatamente repassada ao consumidor.

A Aneel calcula que a redução do Custo de Geração de Itaipu cria uma folga de caixa que, se implementada integralmente, poderia ter um impacto significativo nas tarifas de distribuição, que são o peso maior no bolso do consumidor. É uma oportunidade única de usar um ativo de Energia Limpa consolidado para estabilizar o custo sistêmico.

O Custo da Potência: A Visão Técnica da Aneel

A energia de Itaipu é vendida ao Brasil a um preço que cobre os custos da usina. No cálculo final, a Aneel insiste que há uma margem de manobra para reduzir o valor cobrado pela potência (a chamada parcela de potência). O custo é fixo e pago mesmo que a energia não seja usada.

A diretoria da Aneel entende que o Tratado de Itaipu exige apenas a cobertura dos custos operacionais e de capital não recuperado. Com a dívida extinta, essa margem de custo residual se tornou objeto de negociação política com o Paraguai, mas do ponto de vista técnico-regulatório brasileiro, a redução tarifária é inevitável.

Essa redução tarifária não afetaria apenas a indústria, mas toda a cadeia produtiva, reduzindo o custo da energia para as distribuidoras e, consequentemente, aliviando a fatura final. A Aneel está pressionando o Ministério de Minas e Energia (MME) para que a decisão política se alinhe à realidade econômica de ‘dívida zero’.

O Impasse Geopolítico: Brasil versus Paraguai

O grande obstáculo para a redução tarifária imediata é a negociação do novo Anexo C entre Brasil e Paraguai. O tratado expirou, e os dois países precisam definir as novas bases financeiras e operacionais para a energia gerada em Itaipu para os próximos 50 anos.

O Paraguai defende que o fim da dívida deve ser usado para maximizar sua receita, seja elevando o valor da energia cedida ao Brasil, seja vendendo diretamente o excedente no mercado livre (o que exigiria alterações nos procedimentos e na infraestrutura). O objetivo paraguaio é usar Itaipu como alavanca de desenvolvimento nacional.

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O Brasil, por sua vez, busca garantir que a tarifa de Itaipu permaneça baixa para beneficiar o consumidor e manter a competitividade da indústria. A pressão do Aneel e do Setor Elétrico é para que a solução política com o Paraguai não ignore a oportunidade de modicidade tarifária gerada pela quitação da dívida.

A Influência de Itaipu na Transição Energética

Embora a agenda de Energia Limpa no Brasil seja dominada por Energia Solar e Energia Eólica, a hidrelétrica de Itaipu é fundamental para a Transição Energética. Sua capacidade de *firm power* de base atua como um estabilizador do Sistema Interligado Nacional (SIN), permitindo a expansão das fontes intermitentes.

Se a tarifa de Itaipu cair, o custo médio de geração de energia no SIN diminui, tornando o sistema mais resiliente e barato. Isso libera recursos (ou reduz a necessidade de subsídios) que podem ser direcionados para financiar a infraestrutura necessária para a expansão de parques de Energia Limpa no Nordeste e Armazenamento de Energia (BESS).

A previsibilidade da tarifa de Itaipu, uma vez resolvida, é um alívio para o planejamento de longo prazo. O Setor Elétrico espera que a Aneel continue com a pressão técnica para que o MME feche o acordo com o Paraguai de forma a maximizar o benefício para o consumidor brasileiro.

O Destino da Redução Tarifária: CDE ou Consumidor?

A grande questão é onde o valor dessa redução tarifária será alocado. O Aneel defende o repasse direto ao consumidor final, resultando em uma conta de luz mais barata. No entanto, o governo federal pode optar por realocar a economia para aliviar o peso de outros encargos e subsídios no Setor Elétrico, como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A CDE financia diversos subsídios e programas, incluindo a universalização do acesso à energia e os descontos na Geração Distribuída (GD). O uso dos recursos de Itaipu para aliviar a CDE poderia, indiretamente, beneficiar todos os consumidores, reduzindo a pressão sobre o orçamento público e estabilizando a conta de luz.

O Aneel sabe que o debate não é apenas técnico, mas político. A quitação da dívida da usina é um marco, e o benefício dessa Energia Limpa deve ser percebido pela sociedade. A margem para a redução tarifária é real; a implementação, contudo, depende da resolução do Anexo C e da definição do destino final da economia de custos.

A Urgência da Definição do Anexo C

O tempo urge, e a indefinição da tarifa de Itaipu afeta o planejamento das distribuidoras e dos grandes consumidores. A pressão da Aneel reflete a necessidade do Setor Elétrico por segurança jurídica e clareza de custos. Quanto mais demorada for a negociação com o Paraguai sobre o Anexo C, mais incerteza paira sobre a Modicidade Tarifária.

A usina de Itaipu, símbolo da infraestrutura e Energia Limpa binacional, agora é o centro do debate sobre o preço da energia. A capacidade da Aneel de influenciar o repasse da economia gerada pela dívida zero determinará se a quitação histórica se traduzirá em um benefício real e palpável para os brasileiros, consolidando o Custo de Geração de Itaipu como um dos mais competitivos do mundo e um motor de Sustentabilidade no Setor Elétrico.

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