Agência Nacional do Petróleo Define Antecipação da Revisão da Taxa de Retorno (WACC) para Transportadoras de Gás em 2025

Agência Nacional do Petróleo Define Antecipação da Revisão da Taxa de Retorno (WACC) para Transportadoras de Gás em 2025
Agência Nacional do Petróleo Define Antecipação da Revisão da Taxa de Retorno (WACC) para Transportadoras de Gás em 2025 - Foto: Reprodução / Freepik
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A ANP acelera a decisão sobre o WACC do Gás Natural para 2025, prometendo um pente-fino em investimentos essencial para o Setor Elétrico.

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A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está promovendo um movimento estratégico que redefinirá a economia do Gás Natural no Brasil, impactando diretamente o Setor Elétrico. O órgão regulador planeja antecipar a decisão sobre a taxa de retorno (WACC – Weighted Average Cost of Capital) das transportadoras de gás ainda em 2025. O anúncio vem acompanhado da promessa de um rigoroso pente-fino em investimentos e na Base de Ativos Regulatórios (BAR) dessas empresas, como a TAG e a NTS.

Essa antecipação é um sinal direto ao mercado. O objetivo da ANP é oferecer previsibilidade regulatória para o próximo ciclo de investimentos, que se inicia em 2026. Para o setor elétrico, que depende do gás como combustível de lastro na Transição Energética, a estabilidade e a justiça no custo do transporte são cruciais. A redefinição do WACC é o epicentro de uma disputa econômica que pode resultar em tarifas mais justas ou na desincentivação de novos projetos de infraestrutura.

O WACC no Centro da Tempestade Regulatória

A taxa de retorno, ou WACC, é a remuneração que as transportadoras de gás têm direito sobre o capital investido em seus dutos e instalações. É o principal driver de custo na composição da tarifa de transporte. Se a taxa for muito baixa, desestimula investimentos e expansão da malha. Se for muito alta, onera o consumidor final, incluindo as usinas termelétricas que compram esse insumo.

Atualmente, a metodologia de WACC utilizada pela ANP é considerada defasada pelas transportadoras. O benchmark atual, que gira em torno de 7,25% real, pós-impostos, é criticado por não refletir o risco de mercado e o custo de capital para novos projetos. As empresas defendem uma taxa de retorno na casa dos 9,41%, argumentando que esse percentual é necessário para atrair o capital de terceiros exigido para modernizar e expandir a infraestrutura.

A antecipação da discussão sobre a taxa de retorno é um reconhecimento da ANP de que o modelo atual precisa de ajustes urgentes. O mercado de Gás Natural liberalizado exige um sinal regulatório mais ágil e competitivo. Sem um WACC atrativo, o Brasil corre o risco de frear os investimentos em gasodutos que poderiam destravar a produção do pré-sal e a integração regional.

A Estratégia do “Fatiamento” da Revisão Tarifária

A Revisão Tarifária Periódica Completa (RTP) das transportadoras de gás estava originalmente prevista para ser finalizada apenas em 2026. No entanto, o diretor da ANP, Pietro Mendes, propôs “fatiar” o processo. A primeira e mais crucial fatia é justamente a nova metodologia para o cálculo da taxa de retorno.

A ideia do fatiamento é desmembrar a revisão. Ao decidir primeiro a taxa de retorno em 2025, a ANP oferece aos investidores um elemento-chave de previsibilidade, o que é vital para o planejamento de longo prazo. Essa antecipação permite que as transportadoras de gás planejem seus investimentos no próximo ciclo 2026-2030 com maior segurança jurídica e econômica.

O segundo passo do processo fatiado será o prometido pente-fino em investimentos e a reavaliação da Base de Ativos Regulatórios. Esse modelo, embora mais complexo de gerir, busca equilibrar a atração de capital com a proteção do consumidor. O Setor Elétrico observa de perto, pois a segurança e o preço do transporte de gás afetam a competitividade da geração térmica.

O Pente-Fino em Investimentos: Racionalizando a BAR

O pente-fino em investimentos prometido pela ANP não é apenas uma auditoria; é uma reavaliação da Base de Ativos Regulatórios (BAR). A BAR representa o valor total dos bens e instalações das transportadoras de gás sobre os quais elas têm direito a receber a taxa de retorno. Se a BAR for inflada ou contiver investimentos que não são considerados “prudentes” ou eficientes, o custo final do transporte será indevidamente alto.

A ANP busca depurar a BAR, garantindo que apenas os investimentos efetivamente realizados, necessários e eficientes sejam remunerados. Este rigor é essencial para assegurar a modicidade tarifária. Há um histórico regulatório de ativos supervalorizados em concessões antigas, e o pente-fino visa corrigir essas distorções antes do início do novo ciclo.

Essa fiscalização rigorosa é particularmente importante no contexto da venda das antigas subsidiárias da Petrobras (como TAG e NTS). Os novos proprietários buscam maximizar o retorno, mas a ANP deve defender o interesse público, certificando-se de que a taxa de retorno seja aplicada sobre uma base de investimentos racional e auditada.

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Gás Natural: O Lastro da Transição no Setor Elétrico

A regulação do transporte de Gás Natural é intrinsecamente ligada à Transição Energética no Setor Elétrico. O gás é a fonte de lastro para compensar a intermitência da geração solar e eólica, assegurando a segurança do sistema. A tarifa de transporte compõe uma parcela significativa do custo de geração térmica, influenciando o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) no mercado de energia.

Um sistema de transporte ineficiente ou caro pode minar a competitividade do Gás Natural em comparação com outras soluções de flexibilidade, como baterias de grande escala ou outras fontes. Por isso, a definição de uma taxa de retorno justa e o pente-fino em investimentos são cruciais para manter a geração térmica brasileira como uma opção viável e estável durante a transição.

Se a ANP conseguir reduzir a incerteza regulatória e garantir investimentos eficientes, o benefício se estende à modicidade tarifária para o consumidor de eletricidade. O sucesso do Novo Mercado de Gás passa, inevitavelmente, pela solidez da regulação de transporte de gás.

O Equilíbrio Delicado: Retorno vs. Modicidade Tarifária

O principal desafio da ANP é encontrar o ponto de equilíbrio ideal. O mercado de Gás Natural precisa de uma taxa de retorno que estimule os investimentos necessários para a expansão da malha, garantindo o escoamento da crescente produção nacional (especialmente do pré-sal). Sem esses investimentos, a segurança energética é comprometida.

No entanto, a ANP tem um mandato constitucional de zelar pela modicidade tarifária. Uma taxa de retorno excessivamente alta ou uma Base de Ativos Regulatórios inflada pelo pente-fino em investimentos significará tarifas mais altas para distribuidoras e geradoras. O peso desse custo é, ao final, transferido para o consumidor industrial e residencial.

A decisão da taxa de retorno de 2025 será um divisor de águas. Ela deve refletir a realidade econômica do Brasil, o custo de funding (captação de recursos) global e o risco inerente a um país que ainda busca consolidar a competição no mercado de Gás Natural. O processo precisa ser transparente e fundamentado em estudos técnicos robustos.

Rumo ao Ciclo 2026-2030: Transparência e Rigor Técnico

A promessa da ANP de definir a taxa de retorno das transportadoras de gás em 2025, seguida pelo pente-fino em investimentos, cria um horizonte de expectativa. O mercado espera que a agência se afaste de pressões políticas e baseie suas decisões no rigor técnico. A revisão da taxa de retorno e da BAR tem potencial para injetar competitividade e eficiência no transporte de gás.

Para o Setor Elétrico, a sinalização é de que o custo da principal fonte de backup será reajustado com maior transparência. O sucesso da Transição Energética depende de um mercado de Gás Natural que seja, simultaneamente, atrativo para investimentos em infraestrutura e justo para o consumidor.

A ANP tem agora a chance de alinhar o sistema regulatório de Gás Natural com as melhores práticas internacionais, garantindo que o Brasil utilize sua riqueza fóssil de forma estratégica. A definição da taxa de retorno em 2025 é o primeiro passo crucial para pavimentar a segurança e a eficiência energética do país na próxima década.


Visão Geral

A ANP antecipou para 2025 a deliberação sobre o WACC das transportadoras de gás, visando conferir previsibilidade regulatória aos investimentos do ciclo 2026-2030. Esta ação é acompanhada pela promessa de um pente-fino em investimentos na BAR, buscando equilibrar a atratividade da taxa de retorno para investidores com a modicidade tarifária essencial para a geração térmica e a segurança da Transição Energética no Setor Elétrico brasileiro.

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