As projeções indicam uma retração na adição de nova capacidade instalada de energia solar no Brasil em 2026, marcando um período de desafios no mercado brasileiro de renováveis.
Conteúdo
- Projeções de Crescimento da Energia Solar no Brasil
- Desafios na Geração Centralizada e Queda de Investimentos
- Obstáculos na Geração Distribuída e Conexão de Sistemas Fotovoltaicos
- Potência Instalada Acumulada Esperada até 2026
- Impacto do Custo de Capital e Volatilidade Cambial nos Investimentos
- Projeções de Impacto Econômico: Empregos e Arrecadação
- Visão Geral
Projeções de Crescimento da Energia Solar no Brasil
As estimativas da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam para uma adição de 10,6 GW de nova capacidade instalada solar em 2026, o que representa um recuo de 7% em comparação com os números projetados para 2025. Este cenário sinaliza o segundo ano consecutivo de retração no mercado brasileiro após o pico histórico de crescimento alcançado em 2024. Para o fechamento de 2025, a entidade prevê que o setor adicione cerca de 11,4 GW, um decréscimo expressivo de 24% frente aos 15 GW que foram efetivamente instalados no ano anterior. Estes dados reforçam a necessidade de atenção às políticas regulatórias e econômicas que influenciam a expansão da fonte solar no país.
Desafios na Geração Centralizada e Queda de Investimentos
A redução esperada na expansão da geração centralizada está diretamente ligada a questões financeiras enfrentadas pelos grandes geradores. Estes empreendimentos têm sofrido com prejuízos significativos, resultantes da ausência de ressarcimento adequado pelos recorrentes eventos de corte de geração impostos ao sistema. Tais interrupções não planejadas afetam a previsibilidade de receita e a saúde econômica desses projetos de grande porte. A instabilidade regulatória e a falta de compensação adequada atuam como fatores dissuasores, impactando a confiança dos investidores na viabilidade de novos e grandes parques de energia solar no Brasil.
Obstáculos na Geração Distribuída e Conexão de Sistemas Fotovoltaicos
No segmento de pequenos e médios sistemas fotovoltaicos, característico da geração distribuída, os entraves atuais são predominantemente operacionais e burocráticos. A alegação de incapacidade técnica das redes de distribuição e os problemas relacionados à inversão de fluxo de potência têm gerado uma onda de negativas para consumidores que buscam gerar sua própria energia limpa e renovável localmente. Esses obstáculos dificultam o acesso do cidadão comum e de pequenos negócios à geração descentralizada, freando o potencial de capilaridade da energia solar no território nacional e a adesão a soluções como o Portal Energia Limpa.
Potência Instalada Acumulada Esperada até 2026
Apesar da desaceleração nas adições anuais, a previsão é que a fonte solar atinja um volume considerável de potência instalada acumulada, ultrapassando a marca de 75,9 GW até o final de 2026. Deste montante total projetado, a maior parte, 51,8 GW, será proveniente da modalidade de geração distribuída, consolidando sua importância no panorama energético brasileiro. Os 24,1 GW restantes serão atribuídos à geração centralizada. Essa composição reflete a maturidade e a adoção crescente de soluções descentralizadas de energia solar, apesar dos desafios burocráticos citados.
Impacto do Custo de Capital e Volatilidade Cambial nos Investimentos
A Absolar enfatiza que o cenário macroeconômico brasileiro impõe sérias barreiras aos investimentos em novos projetos fotovoltaicos. O custo de capital para obtenção de crédito no país é alarmantemente alto, com taxas de juros que se aproximam dos 15% anuais. Somado a isso, a elevada volatilidade da cotação do dólar e as altas alíquotas no imposto de importação de equipamentos essenciais para os sistemas fotovoltaicos, criam um ambiente incerto que impacta diretamente as decisões de investimento em toda a cadeia produtiva de energia solar.
Projeções de Impacto Econômico: Empregos e Arrecadação
Este cenário adverso de custos e incertezas regulatórias também se reflete nos indicadores sociais e fiscais do setor. A projeção da Absolar para 2026 indica que os investimentos na tecnologia solar totalizarão R$ 31,8 bilhões, representando uma retração em relação aos aproximadamente R$ 40 bilhões injetados em 2025. Consequentemente, o volume de empregos gerados deve ser menor, com 319,9 mil novas vagas estimadas para o próximo ano, ante as 396,5 mil registradas no ano corrente. A arrecadação de impostos também acompanha a tendência de queda, passando de mais de R$ 13 bilhões em 2025 para cerca de R$ 10,5 bilhões em 2026.
Visão Geral
As projeções indicam um ano de moderação para a expansão da capacidade instalada de energia solar no Brasil em 2026, com desafios estruturais e econômicos freando o ritmo visto nos anos recordes. A persistência de problemas de conexão na geração distribuída e as penalidades financeiras na geração centralizada, combinadas com o alto custo de capital, ameaçam o dinamismo do mercado brasileiro de energia limpa e renovável. Apesar disso, o volume acumulado de potência instalada continua sendo um marco importante para a matriz energética nacional.
























