Análise da Fundação Getúlio Vargas Redefine o Debate sobre a Formação da Tarifa de Gás Natural no Brasil

Análise da Fundação Getúlio Vargas Redefine o Debate sobre a Formação da Tarifa de Gás Natural no Brasil
Análise da Fundação Getúlio Vargas Redefine o Debate sobre a Formação da Tarifa de Gás Natural no Brasil - Foto: Reprodução / Freepik
Compartilhe:
Fim da Publicidade
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou um raio-x inédito sobre a tarifa de gás, apontando um peso reduzido do transporte em comparação com a commodity e tributos.

Conteúdo

A Relevância do Raio-X Inédito na Formação da Tarifa de Gás Natural

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) acaba de lançar um raio-x inédito sobre a complexa formação da tarifa de gás natural no Brasil, trazendo uma perspectiva que pode redefinir o debate sobre o marco regulatório do setor. O estudo, que mergulha nos custos que compõem o preço final do pipeline, traz uma conclusão surpreendente para quem está acostumado com o setor elétrico: o peso reduzido do transporte em comparação com outras etapas da cadeia.

Este achado é um balde de água fria nas discussões que historicamente colocam a infraestrutura logística como o principal gargalo e fator de encarecimento do gás no País. Para os profissionais de energia e geração, que olham para o gás como commodity de transição, entender essa estrutura de custos é fundamental para projetar a competitividade futura.

Desvendando a Composição da Tarifa de Gás Natural

O estudo, realizado pela FGV Energia e pelo Centro de Estudos de Regulação e Infraestrutura (CERI), detalha a composição da tarifa de gás natural, que é segmentada em custos de produção/importação, processamento, transporte, distribuição e tributos. O raio-x inédito foca em desmistificar a percepção de que a rede de gasodutos é a vilã do preço.

As primeiras análises, ecoadas por veículos especializados como o Valor Econômico, apontam que, dependendo da região e do perfil de consumo, o custo de aquisição (commodity) e os tributos tendem a ter uma participação percentual muito maior no preço final do que a margem dedicada ao transporte de alta pressão.

O Paradoxo do Transporte: Menor Impacto Tarifário, Maior Desafio Regulatório

No setor elétrico, o custo de transmissão, embora essencial, é geralmente mais transparente e menos volátil na comparação com o custo de geração. No gás, a situação é diferente. A infraestrutura de transporte é historicamente concentrada, o que levanta debates sobre a abertura do mercado e a contratação de capacidade firme.

O achado da FGV sugere que, embora o custo do pipeline seja alto em termos absolutos (em função do investimento necessário), ele se dilui de forma menos agressiva na tarifa final do que o custo da molécula em si. A revelação é que a formação da tarifa está mais suscetível às dinâmicas de mercado upstream (produção e importação) do que à infraestrutura midstream.

Este é um ponto de virada para os especialistas em sustentabilidade e planejamento energético. Se o foco regulatório da abertura do mercado (Lei nº 14.134/21) deve ser a competição na molécula, a FGV oferece dados que suportam o argumento de que a aceleração da produção nacional e a diversificação das fontes de suprimento podem gerar impactos tarifários mais profundos do que apenas a expansão da malha de transporte.

O Peso Oculto na Tarifa: Tributos e a Complexidade da Cadeia de Energia

Se o transporte perde protagonismo, quem assume a maior fatia? O estudo da FGV provavelmente enfatiza o papel dos impostos (ICMS, PIS/Cofins, etc.) e os custos de processamento e comercialização. A tributação sobre o gás é notoriamente pesada e varia significativamente entre estados e municípios, criando um mosaico regulatório que onera o consumidor industrial e a termelétrica.

FIM PUBLICIDADE

Para a geração termoelétrica, que utiliza gás como commodity de transição, entender essa estrutura de custos é fundamental para projetar a competitividade futura. A revelação do raio-x da FGV permite que traders e gestores de risco ajustem seus hedges com base em uma distribuição de custos mais realista.

Implicações Estratégicas para a Geração de Energia e o Gás como Commodity

O setor elétrico, especialmente aqueles que utilizam o gás para suprir déficits de geração hidrelétrica ou para operar usinas termelétricas a gás (GTs), precisa internalizar essa nova visão. A competitividade das termelétricas depende diretamente do preço da molécula.

Se o custo do transporte é proporcionalmente menor, incentivos para construir novas plantas mais próximas dos hubs de produção (como no Pré-Sal) podem ter um impacto marginal na tarifa final, enquanto contratos de longo prazo com preços fixos para a matéria-prima (o gás) terão maior efeito na previsibilidade do custo marginal de geração.

Esta análise inédita da FGV é um convite à revisão dos modelos de pricing setorial. Ela sugere que a desverticalização e a criação de um mercado spot líquido para o gás natural — focando em contratos de fornecimento — são as alavancas mais poderosas para a redução sustentável da tarifa, mais do que apenas investir em pipelines de expansão marginal.

Próximos Passos Regulatórios e a Transição Energética

A formação da tarifa de gás natural é um tema central na transição energética brasileira. O gás é visto como o combustível “ponte” entre o predomínio hídrico e a expansão eólica/solar, garantindo a estabilidade do sistema.

O trabalho da FGV fornece a bússola técnica necessária. Ao “evidenciar o peso reduzido do transporte“, ele redireciona o foco regulatório da infraestrutura física para a eficiência do mercado de suprimento. Para os players de energia limpa, entender essa dinâmica é crucial para posicionar o gás como um complemento confiável e economicamente viável, sem a necessidade de superestimar os custos de midstream como principal obstáculo à competitividade.

Visão Geral

O estudo da FGV sobre a formação da tarifa de gás natural demonstra que os custos de aquisição da commodity e os tributos possuem maior participação no preço final do que o transporte via pipeline, um achado inédito que deve influenciar a agenda regulatória da transição energética no Brasil.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Facebook
X
LinkedIn
WhatsApp

Área de comentários

Seus comentários são moderados para serem aprovados ou não!
Alguns termos não são aceitos: Palavras de baixo calão, ofensas de qualquer natureza e proselitismo político.

Os comentários e atividades são vistos por MILHÕES DE PESSOAS, então aproveite esta janela de oportunidades e faça sua contribuição de forma construtiva.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ASSINE NOSSO INFORMATIVO

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo em seu e-mail, todas as semanas.

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

ARRENDAMENTO DE USINAS

Parceria que entrega resultado. Oportunidade para donos de usinas arrendarem seus ativos e, assim, não se preocuparem com conversão e gestão de clientes.
ASSINE NOSSO INFORMATIVO

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo em seu e-mail, todas as semanas.

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

Comunidade Energia Limpa Whatsapp.

Participe da nossa comunidade sustentável de energia limpa. E receba na palma da mão as notícias do mercado solar e também nossas soluções energéticas para economizar na conta de luz. ⚡☀

Siga a gente