O novo aumento do ICMS sobre combustíveis em 2026 e seu impacto no preço final dos produtos no Brasil.
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) oficializou, através do Diário Oficial da União, um novo reajuste no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidirá sobre os combustíveis a partir de janeiro de 2026. A medida estabelece um acréscimo de R$0,10 por litro para a gasolina, elevando o valor para R$1,57. Para o diesel, o aumento será de R$0,05 por litro, totalizando R$1,17, enquanto o gás de cozinha terá um reajuste de R$1,05 por botijão. Tais alterações fiscais já refletem uma pressão significativa sobre os custos operacionais do país.
Dados fornecidos pela Gasola by nstech, uma empresa especializada em tecnologia para gestão de consumo de combustíveis, indicam que, desde a padronização da cobrança em 2022 — quando o ICMS adotou um valor fixo por litro unificado nacionalmente —, o imposto sobre o diesel acumulou uma alta de aproximadamente R$ 0,22 por litro. Este valor corresponde a um aumento de cerca de 23% dentro do próprio tributo estadual, evidenciando o crescente peso da carga tributária sobre o combustível.
Vitor Sabag, especialista em combustível da Gasola, reconhece que a transição para um cálculo fixo por litro trouxe benefícios em termos de previsibilidade, ao mitigar a guerra fiscal entre os estados. Contudo, ele alerta que o patamar do imposto se tornou um fator cada vez mais relevante no “custo Brasil”.
Sabag destaca: “A mudança para um valor fixo por litro reduziu distorções entre estados, diminuiu a guerra fiscal e trouxe mais previsibilidade para quem depende do combustível no dia a dia. O ponto de atenção agora não é mais o modelo, mas a frequência com que esse imposto vem sendo reajustado e o nível a que ele chegou”.
Os efeitos desses reajustes fiscais se propagam rapidamente, afetando primariamente o Transporte Rodoviário de Cargas, modal essencial para a logística nacional. Sabag explica que a elevação do custo do diesel impacta diretamente a planilha de custos das transportadoras, que utilizam volumes imensos do combustível mensalmente. Esse aumento é então repassado para o custo do frete, influenciando subsequentemente os preços de alimentos, insumos industriais e, por fim, os produtos finais consumidos pela população.
Para o ano de 2026, a expectativa é de uma pressão ainda maior sobre os custos logísticos gerais. Com os reajustes já definidos para a gasolina e o diesel, e mantendo-se o alto consumo de combustíveis no país, o resultado prático será um encarecimento generalizado da cadeia de transporte. Mesmo que os centavos adicionais por litro pareçam insignificantes isoladamente, quando multiplicados pelos bilhões de litros consumidos anualmente, o impacto econômico total se torna extremamente significativo para a economia nacional.
Sabag conclui enfatizando que o foco do debate deve migrar do formato de cobrança para a busca por maior estabilidade no preço dos insumos. Ele argumenta que a necessidade reside em questionar a pertinência de reajustes anuais em um item tão vital quanto o diesel. “Quanto mais previsibilidade houver para o custo do combustível, mais estabilidade teremos no frete e, no fim, no preço que chega à mesa do brasileiro”, finaliza, reforçando a importância da previsibilidade para o planejamento econômico a longo prazo.
























