Conteúdo
- O Desafio da Gestão de Ativos em Escala
- DianE: Inteligência Artificial a Serviço da Rede
- Redução de Falhas e Melhoria Regulatória
- A Vantagem da Autonomia em Sete Pontos
- Preparando a Rede para a Energia Limpa
- Visão Geral
O Grupo Equatorial, gigante do setor elétrico com atuação em diversas regiões do país, deu um salto estratégico decisivo em sua jornada tecnológica. A companhia concluiu a implantação do sistema DianE em sete distribuidoras de sua holding, acelerando de forma robusta o caminho para a autonomia total no monitoramento de ativos. Desenvolvido em parceria com o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), o DianE é uma plataforma de inteligência preditiva que promete revolucionar a gestão da infraestrutura energética do Grupo, focando em antecipar falhas e elevar os índices de qualidade.
Este movimento é fundamental para a segurança jurídica e operacional da Equatorial. Ao internalizar a tecnologia e centralizar o controle integral de seus ativos críticos, a empresa reduz a dependência de fornecedores externos. A iniciativa posiciona a Equatorial na vanguarda da digitalização do segmento de distribuidoras, preparando a rede para o futuro da energia limpa e da geração distribuída, que exigem redes cada vez mais inteligentes e resilientes.
O Desafio da Gestão de Ativos em Escala
Gerenciar uma rede elétrica que se estende por milhares de quilômetros, em ambientes tão diversos como a Amazônia e o Pampa gaúcho, impõe desafios logísticos e operacionais gigantescos. O Grupo Equatorial possui uma das maiores e mais dispersas áreas de concessão do Brasil, com sete distribuidoras que operam em estados cruciais como Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul, Goiás e Amapá.
A manutenção tradicional, reativa ou baseada em ciclos fixos, é ineficiente e cara. Sem um monitoramento de ativos contínuo e inteligente, falhas em equipamentos críticos – como transformadores e disjuntores – levam a interrupções longas, impactando o consumidor e piorando os indicadores regulatórios (DEC e FEC) da ANEEL. A solução precisava ser de larga escala e, acima de tudo, tecnologicamente soberana.
DianE: Inteligência Artificial a Serviço da Rede
O DianE (Diagnóstico e Análise de Equipamentos) é a resposta da Equatorial a essa complexidade. A ferramenta é um sistema avançado de monitoramento de ativos em tempo real, utilizando a Inteligência Artificial (IA) para processar dados de sensores instalados em equipamentos primários das subestações. Sua principal função é realizar análises preditivas.
Isso significa que o DianE não apenas registra uma falha, mas a prevê com antecedência. A plataforma analisa padrões de vibração, temperatura, qualidade do óleo isolante e outros parâmetros físicos para identificar anomalias antes que elas se tornem defeitos catastróficos. Essa capacidade de eficiência preditiva transforma a manutenção, migrando-a de corretiva para proativa, reduzindo o tempo de inatividade e os custos operacionais.
A tecnologia, desenvolvida pelo Cepel, centro de pesquisa de referência no setor elétrico, oferece à Equatorial uma solução de software de ponta, customizada para as necessidades específicas das sete distribuidoras do Grupo. Essa parceria estratégica garante que o conhecimento técnico permaneça no país, reforçando a autonomia tecnológica da empresa.
Redução de Falhas e Melhoria Regulatória
Os resultados esperados do DianE são ambiciosos e altamente relevantes para o desempenho regulatório da Equatorial. As projeções internas indicam que a implantação da ferramenta pode levar a uma redução de falhas em transformadores de potência em mais de 30% nas sete distribuidoras que já operam o sistema.
A queda nas falhas se traduz diretamente em uma melhoria nos indicadores de qualidade exigidos pela ANEEL. A redução da Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) e da Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) é fundamental. Um desempenho regulatório superior não apenas evita penalidades, como também abre caminho para ganhos tarifários e para o reconhecimento de eficiência operacional.
O monitoramento de ativos inteligente também prolonga a vida útil dos equipamentos. Ao garantir que os transformadores operem dentro de parâmetros ideais e ao identificar pequenos problemas antes que escalem, o DianE protege os investimentos de capital do Grupo, otimizando o budget de manutenção e CAPEX de substituição.
A Vantagem da Autonomia em Sete Pontos
A decisão de implementar o DianE nas sete distribuidoras é um pilar da autonomia corporativa da Equatorial. A centralização da plataforma permite que o Grupo crie um Centro de Monitoramento de Ativos (CMA) unificado. Este CMA processará dados de todo o país, gerando insights padronizados e estratégias de manutenção replicáveis, independentemente da concessão.
Essa centralização é crítica para a governança e para a segurança jurídica dos dados. Em um cenário onde a informação é poder, ter o controle integral sobre a análise de seus próprios ativos significa soberania de dados. A Equatorial deixa de depender da licença e do roadmap de softwares de terceiros, podendo evoluir o DianE conforme suas necessidades e a evolução do setor elétrico.
Além disso, a implantação padronizada em sete distribuidoras permite que a Equatorial transfira rapidamente o know-how e as melhores práticas entre suas operações, uma vantagem competitiva crucial em um Grupo que cresceu rapidamente por meio de aquisições de empresas estatais. O aprendizado no Maranhão pode ser imediatamente aplicado no Pará ou em Goiás, elevando a eficiência média do Grupo.
Preparando a Rede para a Energia Limpa
O futuro do setor elétrico brasileiro está intrinsecamente ligado à energia limpa. A integração maciça de energia solar e energia eólica, com sua inerente intermitência, exige que as distribuidoras sejam mais ágeis e resilientes. A geração distribuída, em particular, transforma o fluxo de energia nas redes, tornando o monitoramento de ativos mais complexo.
O DianE é uma ferramenta essencial nessa transição energética. Ele garante que a infraestrutura energética de distribuição esteja em condições ótimas para suportar os novos regimes de operação. Uma rede robusta e com baixa taxa de falhas é fundamental para a aceitação e o crescimento sustentável das fontes renováveis.
Visão Geral
Em conclusão, a implantação do DianE em sete distribuidoras consolida a Equatorial como um dos players mais inovadores e tecnologicamente autônomos do Brasil. Ao investir em monitoramento de ativos preditivo e em autonomia tecnológica, o Grupo não apenas busca resultados financeiros superiores, mas também contribui diretamente para a segurança jurídica e operacional que o país exige para sustentar a transição energética em larga escala. O movimento é um divisor de águas na gestão de infraestrutura energética do país.
























