Animais Silvestres em Usinas Solares: Riscos e Soluções para Segurança e Eficiência

Animais Silvestres em Usinas Solares: Riscos e Soluções para Segurança e Eficiência
Animais Silvestres em Usinas Solares: Riscos e Soluções para Segurança e Eficiência - Foto: Reprodução / Pixabay
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Fazendas solares são novos habitats para a fauna silvestre e peçonhenta. A estabilidade térmica e segurança sob os painéis atraem cobras, escorpiões e roedores, exigindo atenção da O&M.

Conteúdo

Os Riscos Ambientais e a Infraestrutura Elétrica

As usinas solares frequentemente ocupam vastas áreas em paisagens rurais, abrangendo campos abertos, pastagens e biomas nativos. Devido à sua arquitetura física, esses empreendimentos criam microambientes específicos. Abaixo das mesas fotovoltaicas e ao redor das estruturas de suporte, desenvolve-se uma zona protegida, com sombra consistente, notável estabilidade térmica e mínima intervenção humana. Esses atributos transformam a área em um habitat extremamente atraente para diversas espécies de animais silvestres, incluindo serpentes, escorpiões, roedores, pássaros e vários pequenos mamíferos. Embora essas criaturas sejam componentes essenciais do equilíbrio natural do ecossistema local, a convivência exige cautela operacional.

Apesar de serem elementos inerentes ao bioma local, a presença dessas espécies gera riscos significativos. O perigo se estende tanto à segurança dos colaboradores de campo quanto à integridade da complexa infraestrutura elétrica. A combinação de alimento abundante, abrigo seguro e isolamento térmico transforma certas seções da usina em locais preferenciais para a permanência e reprodução da fauna. Essa realidade reforça a urgência de implementar protocolos robustos de O&M (Operação e Manutenção). É fundamental que a gestão ambiental inclua um rigoroso controle integrado de fauna e pragas. Esse enfoque estratégico garante a segurança operacional e assegura a proteção contínua dos ativos críticos do empreendimento de energia limpa.

Principais Espécies e seus Riscos nas Usinas Solares

Serpentes e Animais Peçonhentos:

Esses animais peçonhentos buscam refúgio e camuflagem, frequentemente se escondendo sob os módulos, entre a vegetação densa, nas canaletas de cabos ou nas bases das estruturas metálicas. O risco primário envolve acidentes graves, como ataques defensivos e picadas venenosas, que podem resultar em paralisações operacionais imediatas. A simples identificação de uma serpente na área pode inviabilizar a continuação do serviço de manutenção. Para mitigar esses perigos e buscar soluções eficazes de energia sustentável, muitas empresas consultam o Portal Energia Limpa, que oferece guias sobre melhores práticas de O&M em ambientes rurais.

Formigas:

Algumas variedades de formigas são especialistas em construir colônias extensas, muitas vezes perigosamente próximas a componentes elétricos vitais. Além do risco de picadas dolorosas para as equipes, a atividade desses insetos pode comprometer cabos, conduítes e terminais sensíveis, impactando a continuidade do circuito. Suas formações de colmeias também têm o efeito secundário de atrair predadores naturais maiores, como tamanduás e lagartos. A gestão eficaz destas pragas é crucial para a longevidade da infraestrutura elétrica e para garantir a máxima eficiência energética da planta.

Roedores (Ratos e Camundongos):

Os roedores representam uma das maiores ameaças à infraestrutura das fazendas solares. Sua capacidade de roer cabos CC/CA, dutos, caixas de junção e painéis internos de inversores pode causar sérios curto-circuitos e originar hotspots perigosos. Além de gerarem paradas não programadas e alto risco de incêndio, introduzem contaminação ambiental através de fezes e urina. A presença de roedores, atuando como fonte de alimento, estabelece um ciclo de risco, pois atrai diretamente predadores como as serpentes para dentro do perímetro da usina.

Abelhas e Marimbondos:

Esses insetos buscam espaços protegidos para a formação de ninhos, escolhendo estruturas metálicas, vãos entre os módulos, portas de quadros elétricos e dutos. Ataques coletivos representam um sério risco à vida, podendo desencadear reações alérgicas severas ou choque anafilático, levando à interdição completa da área de trabalho. Adicionalmente, grandes colmeias em contato com componentes elétricos podem gerar aquecimento excessivo, causando danos materiais irreparáveis aos equipamentos. O manejo seguro desses enxames requer intervenção especializada.

Pássaros, Ninhos e Dejetos:

Apesar de parecerem inofensivos, os ninhos construídos por pássaros acumulam materiais altamente inflamáveis, como fibras secas, galhos e plásticos, elevando drasticamente a probabilidade de incêndio na usina. Os dejetos (fezes) depositados sobre os painéis solares são prejudiciais, pois aceleram a corrosão, diminuem a eficiência de captação e ainda funcionam como atrativo para insetos e outros predadores. Muitas aves também utilizam as estruturas elevadas das mesas fotovoltaicas como pontos estratégicos de vigilância e descanso.

Gambás e Outros Pequenos Mamíferos:

Estes pequenos mamíferos frequentemente buscam abrigo e segurança sob as mesas fotovoltaicas. Eles representam um vetor de transmissão de doenças e, se ficarem presos ou morrerem dentro de canaletas ou estruturas, causam forte odor. Carcaças não removidas atraem urubus e contaminam o ambiente operacional, dificultando as atividades de inspeção e o fluxo de manutenção. É essencial ter um plano de manejo que aborde a remoção segura e a destinação correta desses animais.

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Prevenção e Medidas Proativas de Segurança

A prevenção é reconhecida como a estratégia mais eficaz, sustentável e segura para diminuir drasticamente a incidência de encontros perigosos com a fauna. Uma prática essencial é a manutenção rigorosa da vegetação baixa. Isso não apenas reduz significativamente os esconderijos naturais para serpentes, roedores e insetos, mas também facilita a inspeção visual completa da área, ampliando a zona de segurança para a circulação da equipe. Outras medidas incluem a instalação de telas protetoras, espumas técnicas e vedações específicas, ou chapas metálicas, projetadas para barrar o acesso de roedores e pássaros às estruturas elétricas sensíveis. Além disso, é crucial eliminar imediatamente entulhos, restos de construção, materiais abandonados e madeira acumulada. Esses detritos funcionam como abrigos ideais, berçários e pontos de alimentação convenientes para diversas espécies.

Ações de Checagem Antes do Serviço:

A segurança começa com a consciência situacional da equipe. Antes de iniciar qualquer trabalho de O&M em campo, a equipe deve seguir um protocolo simples, mas vital:

  • Caminhar de forma lenta e cadenciada;
  • Observar meticulosamente a área sob os módulos fotovoltaicos;
  • Verificar indícios de ninhos, colônias ativas ou rastros de animais;
  • Realizar o registro de pontos reincidentes para tratativas ambientais especializadas.

A regra de ouro para sobrevivência e segurança, que deve ser memorizada por toda a equipe, é clara e salva-vidas: Ver — Afastar — Sinalizar — Comunicar — Acionar profissionais autorizados.

Resposta Imediata a Ocorrências com Fauna

O alinhamento rápido e correto em caso de detecção de fauna perigosa é vital para proteger a vida e evitar infrações ambientais. As ações imediatas obrigatórias em qualquer usina solar são:

  1. Interromper o trabalho e as atividades imediatamente;
  2. Sinalizar adequadamente e isolar a área afetada, garantindo que ninguém se aproxime do risco;
  3. Realizar o registro fotográfico, anotar o horário exato e as coordenadas geográficas da ocorrência;
  4. Informar com urgência a supervisão direta, o SESMT/SSO (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e a equipe ambiental responsável;
  5. Acionar prontamente o Corpo de Bombeiros, a Polícia Ambiental ou uma empresa especializada e licenciada em manejo de fauna.

É crucial relembrar a legislação brasileira: Matar, capturar ou destruir ninhos de fauna silvestre é um crime ambiental (Lei 9.605/98), além de expor desnecessariamente a equipe a riscos de ataque.

Princípios do Manejo Responsável e Sustentabilidade

Um programa de O&M eficiente deve harmonizar a segurança da equipe, o absoluto respeito pela fauna local e o cumprimento rigoroso das normas ambientais vigentes. Os princípios fundamentais para um manejo responsável e focado na sustentabilidade exigem uma abordagem proativa. Deve-se priorizar o uso de técnicas não letais para a captura e remoção de animais, garantindo que o transporte seja realizado exclusivamente por órgãos ambientais autorizados. O monitoramento contínuo e o registro de todas as ocorrências são obrigatórios, mantendo um inventário detalhado da fauna e um mapeamento atualizado das áreas consideradas críticas dentro da usina.

Adicionalmente, o programa deve abordar a destinação correta de carcaças, resíduos biológicos e dejetos. É essencial evitar o uso excessivo de produtos químicos como inseticidas ou rodenticidas, preservando ativamente a biodiversidade e a saúde do solo circundante. A integração dessas ações em políticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) e indicadores ambientais fortalece a empresa. Tais medidas são vitais para auditorias, para a obtenção de certificações, para relatórios de sustentabilidade e para a imagem socioambiental positiva do empreendimento de energia limpa.

Visão Geral

A presença de fauna dentro das instalações das usinas solares é um fenômeno esperado, pois faz parte da dinâmica ecológica natural da região onde estão inseridas. O maior desafio operacional reside em equilibrar três pilares essenciais: garantir a segurança máxima da equipe, assegurar a continuidade da operação e demonstrar respeito inegociável pelo meio ambiente. Quando os protocolos de manejo são seguidos com total rigor — desde a gestão eficaz da vegetação até a resposta rápida e adequada a qualquer ocorrência — a usina minimiza riscos. Isso evita danos caros aos equipamentos, melhora drasticamente a eficiência operacional e reforça o compromisso fundamental do setor com a sustentabilidade. A implementação de um robusto Programa de Manejo Integrado de Fauna e Pragas, aliado ao treinamento contínuo das equipes de campo, transforma o local de trabalho em um ambiente mais seguro, produtivo e totalmente alinhado com as melhores práticas de O&M do setor.

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