### Conteúdo
- A Conquista das Perdas: Uma Vitória Regulada
- Tecnologia e Inteligência de Campo: O Segredo da Eficiência
- Impacto Econômico e Sustentabilidade da Rede
- O Modelo Replicável: Lições para o Setor
- O Olhar da ANEEL e a Remuneração da Eficiência
- Rumo ao 4T25 e os Desafios do Crescimento
A Conquista das Perdas: Uma Vitória Regulada
A redução das perdas de energia — a diferença entre a energia injetada na rede e a energia efetivamente faturada — é a métrica mais observada nas distribuidoras. A Equatorial, que opera concessões em regiões historicamente desafiadoras, conseguiu puxar para baixo o indicador, consolidando-o em torno de 17% no 3T25, de acordo com dados preliminares.
É vital entender que as perdas são divididas em técnicas (físicas, inevitáveis) e não técnicas (fraudes, furtos e erros de medição). A margem de manobra de uma distribuidora reside na gestão das perdas não técnicas. O sucesso da Equatorial no 3T25 indica que as estratégias de combate à fraude, ou “gato”, estão surtindo um efeito inédito, reposicionando o benchmark do setor.
Estar abaixo do limite regulatório é a chave econômica. A ANEEL define um teto de perdas que cada concessionária pode repassar ao consumidor. Tudo que estiver acima desse limite é assumido pela distribuidora. Ao operar abaixo, a Equatorial maximiza sua base de receita faturável e demonstra superioridade na eficiência operacional.
Tecnologia e Inteligência de Campo: O Segredo da Eficiência
A eficiência operacional alcançada pela Equatorial no 3T25 não é fruto do acaso. Ela resulta de uma forte injeção de capital em tecnologia e inteligência artificial aplicadas à gestão da rede. A companhia tem investido pesadamente em projetos de smart grids e sensoriamento remoto, que permitem identificar pontos de anomalia e fraude em tempo real.
O uso de Big Data para cruzar informações de consumo com dados geográficos e sociais permite à Equatorial direcionar suas equipes de campo de forma cirúrgica. Em vez de inspeções aleatórias, as ações de combate à fraude tornam-se preditivas, elevando o retorno sobre o investimento em fiscalização. Esta eficiência operacional é um modelo para as demais utilities do setor elétrico.
Além da tecnologia de ponta, a cultura de gestão da Equatorial foca na recuperação rápida de concessões problemáticas. Ao assumir distribuidoras com histórico de baixíssima eficiência, a empresa aplica um rigoroso plano de choque que passa por renegociação de contratos, troca de medidores e uma presença mais forte junto às comunidades. A melhora nas perdas do 3T25 é a consolidação desse método.
Impacto Econômico e Sustentabilidade da Rede
A redução de perdas abaixo do limite regulatório tem ramificações profundas que vão além do balanço da Equatorial. Economicamente, cada megawatt-hora (MWh) de energia não perdida representa um MWh que não precisa ser gerado. Isso alivia a pressão sobre os custos de curto prazo e, potencialmente, sobre o custo da energia para o consumidor.
No contexto da sustentabilidade e da energia limpa, o impacto é direto. A energia que deixa de ser perdida é, intrinsecamente, a forma mais eficiente de “geração”. Não exige novas usinas, não emite CO2, e garante que a energia gerada por fontes renováveis, como eólica e solar, chegue intacta ao consumidor final. A eficiência operacional da distribuição é, portanto, um pilar silencioso da transição energética.
Um sistema de distribuição com baixas perdas é também um sistema mais resiliente. Menos fraude e melhor controle técnico significam menos sobrecarga e falhas na rede. Isso melhora os indicadores de qualidade (DEC e FEC) e, em última instância, beneficia a confiança e a segurança do suprimento elétrico para a indústria e o comércio, essenciais para o crescimento econômico.
O Modelo Replicável: Lições para o Setor
A Equatorial tem se notabilizado pela sua capacidade de adquirir concessões em dificuldades e, em tempo recorde, transformá-las em operações altamente rentáveis. Os resultados do 3T25, com a consolidação da redução de perdas, demonstram que o playbook da companhia é replicável e adaptável a diferentes realidades regionais, desde o Norte e Nordeste até as novas concessões no Sul e Centro-Oeste.
O foco em melhorias operacionais se estende às recém-adquiridas CEEE-D (Rio Grande do Sul) e Celg D (Goiás). A meta não é apenas alcançar a eficiência operacional nas concessões maduras, mas acelerar o processo de convergência regulatória nas novas aquisições. Os dados do 3T25 mostram que as distribuidoras mais antigas da Equatorial estão puxando a média para baixo, fornecendo o fôlego financeiro e técnico necessário para reabilitar os ativos mais recentes.
Essa capacidade de gerir riscos e promover a transformação é o que a torna um case de estudo no setor elétrico. O modelo da Equatorial prova que a excelência na distribuição é um fator de crescimento tão poderoso quanto a expansão em geração ou transmissão.
O Olhar da ANEEL e a Remuneração da Eficiência
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tem um papel central na remuneração da eficiência operacional. Ao operar consistentemente abaixo do limite regulatório de perdas, a Equatorial está pavimentando o caminho para um reconhecimento tarifário positivo nos próximos ciclos de Revisão Tarifária Periódica (RTP). A agência premia a eficiência com a possibilidade de maior remuneração do capital investimento.
Para os analistas, a consistência dos resultados de eficiência no 3T25 sinaliza que o management da Equatorial está gerando o que é conhecido como “ganho de produtividade regulatória”. Esse ganho é o diferencial competitivo da empresa, permitindo-lhe maior margem de lucro em um setor onde a receita é estritamente regulada.
Essa performance de eficiência também melhora o perfil de risco da Equatorial perante o mercado de capitais. Menos perdas significam menos volatilidade de custos e maior previsibilidade de fluxo de caixa, o que facilita o acesso a financiamentos para futuros projetos de expansão, incluindo investimentos em energia limpa e infraestrutura de transmissão.
Rumo ao 4T25 e os Desafios do Crescimento
Apesar da vitória operacional no 3T25, a Equatorial sabe que o desafio é manter a régua alta. O aumento da eficiência operacional exige investimento contínuo e a adaptação a novos padrões de consumo, especialmente com o avanço da Geração Distribuída (GD). O sucesso na redução de perdas deve ser replicado e sustentado em um ambiente de rápida transformação tecnológica.
A Equatorial reafirma que a eficiência é a base de seu crescimento. Os resultados do 3T25, que a colocam abaixo do limite regulatório, não são um ponto final, mas sim um novo ponto de partida. A performance robusta na distribuição é o pilar que sustentará as futuras expansões em transmissão e o desenvolvimento de projetos de sustentabilidade e energia limpa em todo o setor elétrico nacional. A Equatorial demonstra, assim, que o caminho para a rentabilidade passa necessariamente pela excelência na operação de campo.
























