Acesso a Capital Define a Aceleração da Transição para GNL e Biometano no Transporte Pesado

Acesso a Capital Define a Aceleração da Transição para GNL e Biometano no Transporte Pesado
Acesso a Capital Define a Aceleração da Transição para GNL e Biometano no Transporte Pesado - Foto: Reprodução / Freepik
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Acesso a Capital Define a Aceleração da Transição para GNL e Biometano no Transporte Pesado

### Conteúdo

* Visão Geral
* O CAPEX Como Barreira Inegociável na Adoção do Gás Natural
* Biometano e o Imã para o Capital ESG
* O Papel da Política e do BNDES na Modulação do Custo de Capital
* Expansão da Infraestrutura: Quebrando o Ciclo da Inércia
* Superando a Inércia do Diesel através do Financiamento
* Mecanismos Financeiros Inovadores para o Acesso a Capital
* A Visão Estratégica da Edge para a Descarbonização

Visão Geral

O diretor da Edge aponta que, embora a tecnologia e o suprimento de gás natural e biometano estejam prontos, o acesso a capital com custos favoráveis é o fator crucial que impede a migração em massa da frota de caminhões pesados no Brasil.

O CAPEX Como Barreira Inegociável na Adoção do Gás Natural

A principal barreira para a adoção do gás natural e do biometano no transporte é o *Capital Expenditure* (CAPEX), ou seja, o custo de aquisição dos veículos. Um caminhão a gás natural ainda custa significativamente mais do que um modelo equivalente a diesel. Embora o *Operational Expenditure* (OPEX), ou custo de combustível, seja substancialmente menor, o tempo de retorno (*payback*) é longo demais para a realidade da maioria das transportadoras brasileiras.

Para Mattos, o desafio do custo de capital não é técnico, mas econômico. É preciso que o mercado de capital compreenda a descarbonização como uma externalidade positiva que deve ser recompensada com taxas de juros e prazos de financiamento mais favoráveis. Somente assim, o menor custo operacional do gás natural poderá compensar o alto custo inicial do veículo em um período de tempo competitivo.

Biometano e o Imã para o Capital ESG

A sinergia entre o gás natural e o biometano é crucial para atrair o capital verde. O biometano, produzido a partir de resíduos agrícolas e urbanos, não só é renovável, mas também contribui para a economia circular e a redução de emissões, atendendo diretamente aos critérios ESG (Ambiental, Social e Governança) que dominam o mercado financeiro global.

O diretor da Edge destaca que o Brasil possui um potencial imenso na produção de biometano. O uso deste combustível em caminhões não apenas garante a descarbonização do transporte, mas também oferece uma segurança energética estratégica. Essa dupla vantagem – sustentabilidade ambiental e segurança de suprimento – deve ser o argumento central para desenhar novas linhas de crédito específicas para o setor.

O Papel da Política e do BNDES na Modulação do Custo de Capital

O setor elétrico, com sua vasta experiência em financiamento de projetos de grande escala, como eólicas e solares, pode servir de modelo. Assim como houve incentivos para a infraestrutura de geração renovável, o transporte limpo requer intervenção. A ação coordenada entre o governo e as instituições de fomento é vital para modular o custo de capital.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem um papel insubstituível. É necessário estruturar produtos financeiros que, mediante a comprovação da redução de emissões (evitada pela troca do diesel pelo gás natural), ofereçam taxas subsidiadas e garantias robustas. Esse mecanismo de mitigação de risco seria o grande destravador para a compra de novas frotas de caminhões a gás.

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Expansão da Infraestrutura: Quebrando o Ciclo da Inércia

A expansão da infraestrutura de abastecimento, os chamados “Corredores Azuis”, é intrinsecamente ligada à demanda por caminhões a gás. Ninguém investe em caminhões caros se não há postos; e ninguém investe em postos se não há caminhões. O acesso a capital deve quebrar esse ciclo, financiando simultaneamente a compra de frotas e a construção de novos pontos de GNL e GNC.

A Edge, por meio de suas operações, tem investido significativamente em terminais de liquefação e unidades móveis de abastecimento. No entanto, o volume de investimento necessário para cobrir o gigantismo das rodovias brasileiras exige financiamento de longo prazo e grande escala. É aí que o capital institucional, atraído pela promessa de descarbonização e lucro estável, deve entrar.

Superando a Inércia do Diesel através do Financiamento

A cultura do diesel é profundamente enraizada na logística brasileira, suportada por uma cadeia de suprimentos e uma infraestrutura que existe há décadas. A migração para o gás natural não é apenas uma mudança de tecnologia, mas uma transformação cultural e econômica. O custo de capital atual perpetua a inércia, pois o alto preço de entrada do novo equipamento anula a vantagem de longo prazo do combustível mais limpo.

O diretor da Edge reitera que os grandes *players* de logística e *commodities*, que possuem compromissos públicos de descarbonização (metas ESG), são os primeiros a buscar soluções. Contudo, para que a adoção se popularize nas pequenas e médias frotas, o financiamento precisa ser democratizado e o custo de capital drasticamente reduzido.

Mecanismos Financeiros Inovadores para o Acesso a Capital

Para atender a esta demanda, o setor financeiro precisará ir além dos modelos tradicionais de financiamento de veículos. A criação de *green bonds* (títulos verdes) específicos para o transporte ou a securitização de recebíveis de fretes que utilizam gás natural são caminhos promissores. Esses mecanismos ligariam diretamente a sustentabilidade ao retorno financeiro.

Esses modelos inovadores poderiam precificar o risco de forma diferente, reconhecendo que a estabilidade do preço do gás natural, comparada à volatilidade do diesel, confere maior previsibilidade financeira ao transportador. Tal previsibilidade se traduz em um risco de crédito menor, justificando o barateamento do custo de capital.

A Visão Estratégica da Edge para a Descarbonização

A visão da Edge é clara: o gás natural e o biometano são a ponte mais eficiente para a descarbonização pesada de médio prazo, até que o hidrogênio e as baterias elétricas se tornem economicamente viáveis em longas distâncias no Brasil. Desbloquear o acesso a capital é, portanto, uma medida de urgência estratégica para garantir que o país não perca o *timing* desta transição.

O mercado de energia e logística precisa abraçar essa pauta financeira com a mesma veemência com que discute a tecnologia. O custo de capital acessível não é um luxo, mas a fundação sobre a qual se erguerá um sistema de transporte mais limpo e sustentável. A solução para a crise climática passa, literalmente, pelos caminhões, mas só se o dinheiro permitir que eles mudem de combustível.

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