A transição de Eletrobras para Axia Energia sinaliza a forte disposição da companhia para capturar as oportunidades geradas pela abertura de mercado e os novos rumos do setor elétrico.
Conteúdo
- A Expansão e o Foco na Comercialização de Energia
- Estratégia de Foco no Cliente e Competitividade
- Participação em Leilões de Transmissão e Capacidade
- De Subsidiárias a uma Marca Monolítica: A Nova Identidade
- Visão Geral
A Expansão e o Foco na Comercialização de Energia
A mudança de identidade da ex-estatal para Axia Energia, aprovada pelo conselho, simboliza a determinação da companhia em aproveitar o novo cenário da abertura de mercado. Segundo o presidente Ivan Monteiro, a alteração não representa uma ruptura com o passado estatal, mas sim uma preparação para o futuro competitivo do setor. A Axia Energia acena com um robusto plano de investimentos anuais de R$ 10 bilhões, um salto significativo em comparação aos R$ 2,5 bilhões que eram investidos durante a gestão pública. Essa injeção de capital é crucial para sustentar a transformação da empresa, especialmente na área de comercialização, que se tornou um pilar estratégico desde a privatização.
Uma estrutura dedicada à comercialização foi estabelecida em São Paulo, respondendo à necessidade urgente de adaptação. A antiga Eletrobras, antes de sua desestatização, não possuía uma carteira de clientes robusta nem estava preparada para a dinâmica do mercado livre de energia. O objetivo principal é “capturar esse momento de liberação, onde o consumidor vai estar empoderado para escolher o seu fornecedor”, conforme destacado por Monteiro. A Axia Energia entra nesse jogo com uma vantagem competitiva poderosa: possuir seus próprios ativos de geração. Atualmente focada em clientes de grande porte, a empresa demonstra ambição em expandir sua atuação para a baixa tensão, adaptando-se e sofisticando-se à medida que as regras do setor elétrico permitirem essa evolução. A expectativa é que a Axia Energia acompanhe de perto a abertura total do mercado.
Estratégia de Foco no Cliente e Competitividade
O reforço de que a Axia Energia está orientada para o serviço ao cliente é um indicativo claro de sua nova postura de competitividade no mercado. Qualquer falha ou erro da companhia, segundo o presidente, tem impacto direto sobre o consumidor final, sublinhando a importância da excelência operacional. A relevância da empresa no cenário energético nacional é atestada pelas constantes consultas que recebe em temas estratégicos, como a infraestrutura de Data Centers e projetos de Hidrogênio Verde. O executivo enfatiza que a melhor abordagem para a inovação e o crescimento é aquela que vem de fora para dentro, priorizando a escuta ativa do cliente para compreender suas expectativas e necessidades de fornecimento.
Independentemente de seu status legal anterior, seja pública ou privada, o aspecto mais crucial para a Axia Energia é ser inegavelmente competitiva. Isso implica manter a capacidade contínua de realizar investimentos significativos e, consequentemente, gerar empregos. O foco primordial do Conselho de Administração, desde o início do processo de privatização, tem sido edificar uma corporação confiável, garantindo que a energia elétrica esteja sempre disponível e com o mais alto padrão de qualidade possível. Essa diretriz estratégica visa consolidar a Axia Energia como um pilar de sustentação e segurança no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Participação em Leilões de Transmissão e Capacidade
Os leilões de transmissão são identificados como um vetor fundamental para a expansão futura da Axia Energia. Atualmente, a equipe interna da companhia está avaliando cuidadosamente o próximo certame. A decisão de participar será tomada se os lotes disponíveis oferecerem o retorno financeiro pretendido e estiverem alinhados com a estratégia de investimentos. Durante a coletiva, Ivan Monteiro fez questão de frisar que a então Eletrobras foi a única empresa a apresentar lances nos certames mais recentes de Linhas de Transmissão (LTs), demonstrando seu apetite por crescimento. O executivo garantiu uma “forte presença da Axia Energia” nos próximos leilões, desde que o retorno financeiro se mostre adequado e vantajoso.
Além das oportunidades tradicionais na expansão da malha de transmissão, a Axia Energia também mantém um olhar atento sobre novos formatos de concorrência. Os leilões de capacidade e os certames focados em sistemas de baterias de armazenamento de energia estão firmemente no radar da companhia. Essas novas tecnologias são vistas como elementos essenciais para garantir a segurança e a flexibilidade do sistema, alinhando-se à busca por uma infraestrutura energética mais moderna e resiliente. Esse planejamento demonstra o compromisso da Axia Energia em diversificar seus ativos e consolidar sua posição como líder em infraestrutura energética.
De Subsidiárias a uma Marca Monolítica: A Nova Identidade
Apesar da mudança de nome corporativo para Axia Energia, a personalidade jurídica de subsidiárias históricas como Chesf, Eletronorte e CGT Eletrosul será mantida. Contudo, o grande diferencial está na comunicação e no branding. A diretora de Comunicação, Leandra Peres, explicou que toda a comunicação externa da empresa passará a ser realizada sob o nome unificado Axia Energia, configurando uma transição “de uma marca com submarcas para uma marca monolítica“. Para atender às exigências regulatórias do setor elétrico brasileiro, os nomes originais das subsidiárias serão preservados exclusivamente para fins de registro e regulamentação junto aos órgãos competentes.
Embora o novo nome seja reconhecido por facilitar a compreensão e o diálogo com investidores estrangeiros, o presidente Monteiro descartou a possibilidade de uma internacionalização da companhia no curto ou médio prazo. Essa decisão estratégica é fundamentada na vasta quantidade de oportunidades de crescimento que ainda existem dentro do Brasil. Segundo o executivo, não faria sentido buscar mercados externos enquanto o programa de investimento interno da Axia Energia está em plena aceleração e novos leilões continuam a surgir, indicando um horizonte promissor no território nacional. No entanto, Monteiro se mantém receptivo a adotar soluções e tecnologias estrangeiras que possam mitigar os desafios atuais do sistema local de energia.
Visão Geral
A governança da Axia Energia recebeu elogios específicos de Ivan Monteiro em relação aos conselheiros escolhidos pela União. Foi ressaltado que não houve qualquer interferência ou interação do governo federal no processo de mudança do nome da companhia, reforçando a autonomia da gestão pós-privatização. O acordo estabelecido com a União garantiu ao governo três cadeiras nos Conselhos de Administração e Fiscal, em troca da desobrigação da Eletrobras de realizar investimentos na usina nuclear de Angra 3. Recentemente, essa participação foi adquirida pela Âmbar Energia, que comprou o capital restante na Eletronuclear.
Em um último ponto crucial, o executivo reforçou que não há planos para alterações na participação majoritária da Axia Energia na Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA-11.233 MW). A usina é considerada um ativo de extrema relevância para a estabilidade e a operação do Sistema Interligado Nacional. A manutenção desse ativo estratégico sublinha o compromisso da companhia com a segurança energética do país, consolidando a Axia Energia como uma força motriz no novo panorama do setor elétrico.
























