A Firjan defende um planejamento pragmático para a Transição Energética, priorizando a Segurança Energética e o diálogo setorial.
Conteúdo
- Visão Geral da Transição Energética e o Papel da Firjan
- O Fim da Ideologia no Diálogo Setorial
- A Estratégia de Confiança: Gás Natural e Estabilidade
- A Pesada Carga dos Custos da Transição
- Descarbonização Inteligente na Indústria
- Segurança Energética Como Prioridade
- O Chamado ao Pragmatismo da Firjan
Visão Geral da Transição Energética e o Papel da Firjan
O debate sobre a Transição Energética no Brasil frequentemente descamba para uma polarização simplista: de um lado, os entusiastas da Geração Renovável; de outro, os defensores ferrenhos dos combustíveis fósseis. Em um movimento de realismo pragmático, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) jogou luz sobre o tema: a descarbonização não pode ser um confronto de “nós contra eles”. É fundamental que o Diálogo Setorial prevaleça para garantir a Segurança Energética e a competitividade industrial.
A visão da Firjan ressoa fortemente com os profissionais do Setor Elétrico. Embora o Brasil possua uma das matrizes mais limpas do mundo, a velocidade da mudança e os Custos da Transição exigem um planejamento estratégico que não ignore a realidade da infraestrutura existente. O salto para um futuro 100% verde não pode comprometer a estabilidade do sistema nem onerar excessivamente o consumidor ou a indústria nacional.
O Fim da Ideologia no Diálogo Setorial
A Transição Energética é um imperativo, mas a forma como ela é conduzida determina seu sucesso. Segundo a Firjan, o embate ideológico entre o novo e o antigo está paralisando a ação efetiva. É preciso reconhecer que, para o Brasil, a solução não é banir, mas sim integrar e planejar a substituição gradual. O foco deve ser na redução líquida das emissões de carbono e na garantia de suprimento contínuo.
O Diálogo Setorial precisa incluir os *players* de todas as cadeias produtivas. A descarbonização da economia exige coordenação entre o Setor Elétrico, a indústria (consumidora massiva de energia), e o setor de óleo e Gás Natural. Ignorar o papel de bridge fuels neste processo é uma receita para a instabilidade e para o aumento descontrolado dos Custos da Transição.
A Estratégia de Confiança: Gás Natural e Estabilidade
Um dos pontos mais enfáticos da Firjan é a função insubstituível do Gás Natural como combustível de transição e reserva de confiabilidade. Para o Setor Elétrico, a intermitência da Geração Renovável (solar e eólica) exige um backup rápido e flexível. O Gás Natural preenche essa lacuna com eficiência, garantindo a Segurança Energética em momentos de baixa irradiação ou ventos fracos.
Investir na infraestrutura de Gás Natural hoje é garantir a resiliência do sistema amanhã. A Firjan defende que a exploração e o uso eficiente deste recurso, especialmente o gás do Pré-Sal, devem ser vistos como aliados estratégicos, e não como inimigos da Transição Energética. Essa abordagem pragmática é vital para a indústria, que depende de preços de energia competitivos para operar e competir no cenário global.
A Pesada Carga dos Custos da Transição
No cerne da preocupação da indústria está a pergunta: quem pagará os Custos da Transição? A Firjan alerta que políticas climáticas mal planejadas podem gerar distorções de mercado, elevando o preço da energia para o consumidor final e para o setor produtivo. Isso se traduz em perda de competitividade e, potencialmente, na desindustrialização.
A inclusão social na Transição Energética passa pela gestão transparente dos Custos da Transição. É imperativo que o governo crie mecanismos de financiamento e subsídios direcionados, evitando que o ônus da Descarbonização recaia sobre os mais vulneráveis. O Setor Elétrico precisa de sinais claros de investimento em transmissão e redes inteligentes para absorver o crescimento exponencial da Geração Renovável.
Descarbonização Inteligente na Indústria
A Firjan representa um setor que tem um papel crucial na Descarbonização global. A indústria fluminense, com foco em óleo, gás, metalurgia e naval, está no centro do debate sobre como integrar as metas ambientais com a manutenção dos empregos e da produtividade. A solução proposta é a Descarbonização inteligente, focada em eficiência energética e captura de carbono.
O setor industrial pode ser um catalisador para a inovação. A adoção de hidrogênio de baixo carbono (verde e azul), por exemplo, depende da demanda industrial e do avanço tecnológico do Setor Elétrico. A Firjan defende que as políticas de transição devem premiar as empresas que investem em tecnologias limpas, transformando o desafio ambiental em vantagem competitiva.
Segurança Energética Como Prioridade
A Segurança Energética é a base sobre a qual toda a Transição Energética deve ser construída. A experiência europeia recente, que viu uma crise de abastecimento impulsionar a volta do carvão em alguns países, serve como um alerta. A Firjan enfatiza que o Brasil não pode se dar ao luxo de sacrificar a confiabilidade do sistema em nome de um ideal de descarbonização acelerada e irrealista.
Para o Setor Elétrico, isso significa planejar a expansão da Geração Renovável em conjunto com a expansão da capacidade de transmissão e *storage*. O Diálogo Setorial é a única ferramenta capaz de conciliar o ritmo necessário para a luta climática com a estabilidade de fornecimento, crucial para a manutenção da atividade econômica. A ausência de Segurança Energética é o maior risco para a indústria.
O Chamado ao Pragmatismo da Firjan
A mensagem central da Firjan é um chamado ao pragmatismo: a Transição Energética brasileira tem suas particularidades e não deve copiar modelos de países com matrizes muito mais sujas. O aproveitamento dos recursos naturais, como o Gás Natural, deve ser otimizado como ponte para financiar a inovação e o avanço da Geração Renovável no longo prazo.
O Setor Elétrico tem a responsabilidade de liderar esse processo com transparência e dados. As decisões sobre outorgas, leilões e investimentos em transmissão devem refletir o imperativo da Segurança Energética e a gestão eficiente dos Custos da Transição. Não é um jogo de “nós contra eles”, mas sim um esforço colaborativo. Somente através de um Diálogo Setorial honesto e inclusivo o Brasil alcançará a Descarbonização sem comprometer seu desenvolvimento e sua competitividade industrial. A Firjan posiciona-se, assim, como uma voz de moderação e realismo no complexo tabuleiro energético nacional.






















