A parceria entre EDP e McDonald’s sinaliza a maturidade da autoprodução solar remota, escalando o fornecimento de energia limpa para mais de 150 restaurantes, consolidando a transição energética no setor corporativo brasileiro.
Conteúdo
- A Dinâmica da Autoprodução: Do Projeto Piloto à Expansão Gigante
- Engenharia Regulamentada: Navegando na Geração Distribuída
- O Impacto Sustentável e a Meta ESG
- Competitividade e o Futuro da Transição Energética no B2B
- A Segunda Onda da Geração Distribuída
- Visão Geral
A Dinâmica da Autoprodução: Do Projeto Piloto à Expansão Gigante
A parceria foi inicialmente anunciada com a construção de três usinas fotovoltaicas dedicadas, estrategicamente localizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A capacidade inicial de geração, superior a 11.000 MWh por ano (cerca de 6,62 MWp instalados), já era significativa, voltada para atender o consumo de cerca de 28 restaurantes e quiosques próprios do McDonald’s. O investimento inicial girou em torno de R$ 28,3 milhões.
No entanto, a verdadeira aceleração reside na rápida expansão da cobertura. O número de unidades atendidas saltou para a marca de mais de 150, englobando restaurantes franqueados através de um modelo inovador de consórcio ou adesão. Esse crescimento é crucial para a EDP e para o mercado, pois mostra a escalabilidade da solução de autoprodução solar para grandes grupos empresariais.
A solução é baseada no modelo de Geração Distribuída Remota (GD), onde a energia é produzida nas usinas solares e os créditos energéticos são injetados na rede da distribuidora. Esses créditos são, então, utilizados para abater o consumo das unidades consumidoras do McDonald’s em diferentes localidades, viabilizando o fornecimento de energia limpa a mais de uma centena de lojas.
Engenharia Regulamentada: Navegando na Geração Distribuída
O sucesso da expansão está intrinsecamente ligado à capacidade de estruturar o negócio dentro do complexo ambiente regulatório brasileiro, especialmente após a entrada em vigor da Lei 14.300/2022, o novo marco legal da geração distribuída. Este projeto, por ter sido iniciado antes das novas regras, pode se beneficiar do período de transição, garantindo condições mais estáveis para o retorno do investimento.
O modelo de autoprodução solar adotado pela Arcos Dorados, com a expertise da EDP em geração distribuída para clientes B2B, permite que a rede de restaurantes se posicione como produtora de sua própria energia. Isso não só otimiza custos operacionais, fugindo da volatilidade das bandeiras tarifárias, mas também garante a origem 100% renovável da eletricidade consumida.
Para os franqueados, aderir ao consórcio de energia solar elimina a necessidade de investimento inicial próprio na instalação de painéis fotovoltaicos nos telhados de cada restaurante. O custo é repassado em forma de mensalidade, geralmente resultando em uma economia imediata na conta de luz, um atrativo econômico poderoso que impulsiona a adesão e a aceleração do projeto.
O Impacto Sustentável e a Meta ESG
A estratégia do McDonald’s em focar em energia limpa está diretamente alinhada com as metas globais de sustentabilidade da Arcos Dorados, reforçando o compromisso com os pilares ESG (Ambiental, Social e Governança). A expansão para mais de 150 unidades amplia significativamente o impacto ambiental positivo.
Com a capacidade de geração instalada, o projeto evita a emissão de centenas de toneladas de dióxido de carbono (CO2) anualmente. Esse volume é equivalente ao plantio de milhares de árvores, representando uma contribuição tangível para a descarbonização da matriz energética do país e para o combate às mudanças climáticas. A natureza remota da autoprodução solar é a chave.
A escolha de usinas localizadas em áreas com alta irradiação solar maximiza a eficiência do sistema. Isso permite que a geração de energia seja mais previsível e estável, o que é fundamental para um consumidor de grande porte como a rede de fast-food, que opera 24 horas por dia em muitas praças.
Competitividade e o Futuro da Transição Energética no B2B
O *case* EDP e McDonald’s estabelece um novo benchmark para a indústria de serviços no Brasil. O setor de *food service* e varejo, com seu alto consumo e múltiplas filiais, é o ambiente ideal para o crescimento da geração distribuída por meio de consórcios. A replicabilidade do modelo é um fator de grande interesse para outros *players* do mercado.
A segurança jurídica proporcionada pela autoprodução solar de longo prazo se traduz em maior previsibilidade financeira. Em um cenário de incertezas macroeconômicas e de preços de energia em constante flutuação, ter uma fonte de energia a custo fixo e renovável é um diferencial competitivo decisivo.
A EDP, com a sua divisão de Soluções B2B, consolida sua posição como líder no segmento de transição energética corporativa, oferecendo não apenas o fornecimento, mas toda a estruturação regulatória, financeira e de construção das usinas fotovoltaicas. A expansão para as 150 unidades é uma prova viva de que a demanda por sustentabilidade está orientando grandes decisões de investimento.
A Segunda Onda da Geração Distribuída
A jornada da EDP e McDonald’s é um espelho do futuro da energia para o grande varejo no Brasil. A próxima fronteira será a combinação de autoprodução solar com sistemas de armazenamento (baterias) e a integração de tecnologias de gerenciamento de energia.
Essa combinação permitirá a otimização total do consumo e da injeção de créditos na rede, adaptando-se ainda melhor às regras progressivas do “Fio B” instituídas pela Lei 14.300/22. A transição energética passa, necessariamente, por parcerias estratégicas que unem capacidade de investimento, *know-how* técnico-regulatório e um forte compromisso com a sustentabilidade. O mercado B2B está, sem dúvida, no comando dessa revolução.
Visão Geral
A transição energética no Brasil ganha força com a parceria entre EDP e McDonald’s, que expandiu a autoprodução solar para mais de 150 unidades. Este avanço demonstra a viabilidade e escalabilidade da geração distribuída remota para grandes redes de varejo, promovendo o uso de energia limpa e alinhando operações com metas ESG.