Revisão Legal Urgente: ANEEL Propõe Inclusão da MMGD no Rateio de Custos de Curtailment

Revisão Legal Urgente: ANEEL Propõe Inclusão da MMGD no Rateio de Custos de Curtailment
Revisão Legal Urgente: ANEEL Propõe Inclusão da MMGD no Rateio de Custos de Curtailment - Foto: Reprodução / Freepik AI
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A ANEEL debate mudar a Lei 14.300/2022. Proposta: incluir a Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) no rateio dos custos de curtailment, afetando o futuro da energia limpa.

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O setor elétrico brasileiro vive um momento de efervescência, impulsionado pela crescente participação da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD). Contudo, essa expansão traz desafios regulatórios. Recentemente, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Fernando Mosna, acendeu um importante debate ao afirmar que é crucial alterar a Lei 14.300/2022. O objetivo? Incluir a MMGD no rateio dos custos do curtailment, um tema complexo que pode redefinir as regras do jogo para milhares de produtores de energia limpa no país.

A MMGD tem sido um pilar na transição energética, permitindo que consumidores gerem sua própria energia, principalmente energia solar, e injetem o excedente na rede. Essa modalidade contribui para a descentralização da matriz e para a sustentabilidade. Entretanto, a discussão levantada por Fernando Mosna aponta para a necessidade de um ajuste na legislação atual, que hoje não prevê a participação da MMGD na partilha de determinados encargos do sistema.

A Visão da ANEEL: Isonomia e Estabilidade do Sistema com a MMGD

Fernando Mosna, ao abordar o tema, destacou a importância de uma maior isonomia no setor. Para ele, a MMGD deve, em certas circunstâncias, ser tratada de forma similar aos grandes geradores no que tange à responsabilidade sobre os custos de rede. A Lei 14.300/2022, que regulamenta a geração distribuída, foi um marco. Contudo, o diretor da ANEEL sugere que o cenário atual de alta penetração da MMGD exige uma revisão para garantir a estabilidade e a segurança do sistema elétrico nacional.

Os argumentos da ANEEL focam na necessidade de que todos os agentes que interagem com a rede contribuam para sua manutenção e equilíbrio. A isenção da MMGD de certos custos, segundo essa perspectiva, poderia gerar distorções e onerar outros consumidores. O debate é, portanto, sobre como equilibrar o incentivo à geração distribuída com a sustentabilidade econômica e operacional de todo o sistema.

Entendendo o Curtailment e seus Custos para a Geração Distribuída

Mas o que é curtailment e por que ele é tão relevante para a discussão da MMGD? O curtailment refere-se à redução ou corte forçado da geração de energia por parte de uma usina, mesmo que ela tenha capacidade para produzir mais. Isso ocorre por diversos motivos, como excesso de oferta em relação à demanda, restrições na transmissão da energia ou problemas de estabilidade na rede. Em momentos de grande produção de energia solar ou eólica, por exemplo, e com baixa demanda, os operadores do sistema podem precisar “desligar” parte da geração para evitar sobrecarga.

Os custos associados a esse “despacho” são significativos e atualmente são rateados entre os grandes geradores e os consumidores, sem a participação da MMGD. A proposta do diretor da ANEEL visa incluir a geração distribuída nesse rateio, argumentando que a crescente injeção de energia da MMGD na rede também pode contribuir para os cenários que exigem curtailment.

A MMGD no Contexto Atual: Benefícios, Desafios e o “Prosumidor”

A ascensão da MMGD é inegável. Impulsionada principalmente pela energia solar, ela oferece uma série de benefícios, como a redução das perdas na transmissão e distribuição, a diversificação da matriz energética e o empoderamento do consumidor, que se torna um “prosumidor” – produtor e consumidor ao mesmo tempo. A geração distribuída tem se mostrado um vetor importante para o desenvolvimento local e a redução da conta de luz para muitos brasileiros.

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No entanto, com a expansão da MMGD, surgem também desafios técnicos para a operação da rede elétrica. A intermitência da geração solar, por exemplo, exige maior flexibilidade e capacidade de gerenciamento por parte das distribuidoras. A questão central da proposta de Fernando Mosna é que, embora a MMGD traga benefícios, ela também utiliza a infraestrutura da rede e, portanto, deveria compartilhar os custos associados a essa utilização, incluindo aqueles decorrentes do curtailment. A discussão é complexa, pois toca em um modelo que até então incentivava a geração distribuída com base em isenções.

Implicações da Proposta: Cenários para o Futuro da Geração Distribuída

A eventual alteração da Lei 14.300/2022 para incluir a MMGD no rateio dos custos de curtailment traria implicações diretas para os consumidores-geradores. Embora o diretor da ANEEL não tenha detalhado como seria esse rateio, é possível que os custos de investimento em geração distribuída se tornem menos atrativos sem a revisão do modelo. Isso poderia, em tese, desacelerar o ritmo de crescimento da MMGD no país, ao mesmo tempo em que promoveria um sistema mais equitativo na divisão dos encargos.

Por outro lado, a medida poderia ser vista como um passo em direção a um sistema elétrico mais robusto e justo, onde todos os participantes contribuem para sua estabilidade. O desafio é encontrar um equilíbrio que não desincentive a MMGD, que é fundamental para a transição energética, mas que também garanta a sustentabilidade do setor elétrico como um todo. O impacto real dependerá da forma como a alteração legal seria implementada e dos valores envolvidos nesse rateio para a geração distribuída.

O Caminho para a Alteração Legal da MMGD e as Vozes do Setor

A proposta de Fernando Mosna não é uma decisão imediata, mas um ponto de partida para um amplo debate. Para que a Lei 14.300/2022 seja alterada, será necessário um processo legislativo no Congresso Nacional. Isso significa que diversos stakeholders terão a oportunidade de apresentar seus argumentos. Associações de energia solar, entidades de defesa do consumidor, grandes geradores e distribuidores de energia certamente se manifestarão.

O setor de geração distribuída provavelmente defenderá a manutenção dos incentivos atuais, argumentando que a MMGD ainda precisa de estímulo para continuar seu crescimento. Já as distribuidoras e grandes geradores podem apoiar a proposta da ANEEL, visando uma distribuição mais equitativa dos encargos. O debate promete ser intenso, com diferentes perspectivas sobre o papel e a responsabilidade da MMGD na composição dos custos do sistema elétrico.

Conclusão: Buscando o Equilíbrio para a MMGD e a Energia do Futuro

A discussão sobre a inclusão da MMGD no rateio dos custos de curtailment, levantada pelo diretor da ANEEL, é um reflexo da maturidade e complexidade do setor elétrico brasileiro. É fundamental que se encontre um equilíbrio entre o incentivo à geração distribuída, essencial para um futuro energético mais sustentável, e a necessidade de garantir a estabilidade e a justiça na distribuição dos encargos do sistema. A MMGD é um ativo valioso, mas sua integração plena exige um arcabouço regulatório que evolua junto com a tecnologia e as demandas da rede. O futuro da geração distribuída e, consequentemente, da matriz energética nacional, passará por este diálogo crucial e pela busca por soluções que beneficiem a todos os envolvidos.

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