O crescimento expressivo das migrações para o mercado livre de energia, que desde a abertura da alta tensão de 2023 para 2044 registrou um aumento de mais de 280%, reacende a necessidade de acelerar o processo de abertura do setor, prevista na Medida Provisória (MP) 1300, que trata da reforma do setor e da nova tarifa social.
Esse foi o ponto central do terceiro painel do Fórum CCEE – Análise Setorial, que trouxe para o centro das atenções o tema “Abertura de Mercado: Caminhos e Estruturação”, reunindo especialistas para discutir os desafios e oportunidades do setor.
Durante a mediação conduzida por Gerusa Côrtes, vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE, ela apontou o papel do Grupo Bolt como grande comercializadora de energia no varejo.
“O varejista é uma figura fundamental nesse novo cenário, porque estamos falando de migrações no Grupo B que serão feitas via o comercializador de energia.”
Durante sua fala, o presidente do Grupo Bolt, Gustavo Ayala, destacou que a empresa já está preparada para as novas mudanças que devem atender os consumidores de baixa tensão.
“A Bolt, por meio da Bow-e, já atende cerca de 25 mil clientes. Começamos do zero em muitas praças e no Maranhão já somos o maior gerador. A CCEE contribui muito nesse processo para a governança na Geração Distribuída, o que garante segurança para os agentes atuarem. O que o Grupo Bolt defende é que esse mercado esteja aberto o mais rápido possível”, ressaltou.
Além disso, o executivo enfatizou os benefícios.
“O mercado livre é bom porque ele abre possibilidades para trazer novas tecnologias, que são deflacionárias e tornam o custo da energia muito mais barato ao consumidor”, disse.
Diante dos desafios atuais do setor elétrico, em que cresce a necessidade de eficiência e de soluções que alinhem inovação e sustentabilidade, o Grupo Bolt reforça a importância do acesso a dados para transformar a forma como a energia é consumida e distribuída.
“Poderíamos resolver grande parte do problema de curtailment, se tivéssemos acesso aos dados. Com isso, seria possível criar produtos que incentivassem o consumo justamente nos momentos em que a energia estaria sendo desperdiçada, evitando perdas e trazendo mais eficiência para todo o sistema. Por isso, defendemos esse acesso livre e coerente às informações porque ele é fundamental para destravar inovação e dar espaço para modelos que beneficiem tanto o consumidor, quanto o setor elétrico’’, explicou o CEO.
Ao lado do mercado livre, os modelos de energia renovável por assinatura também têm crescido entre empresas que buscam não apenas economia, mas também atender a metas ESG e reduzir a pegada de carbono.