Petrobras prepara investimento de R$ 860 milhões em modernização da Termorio

A Petrobras, gigante brasileira do setor de energia, está reforçando seu compromisso com a modernização e a eficiência energética no país.

Conteúdo:

• O Anúncio de Investimentos: Um Marco para a Petrobras e o Setor de Energia
• Detalhes do Projeto de Modernização da Termorio: Eficiência e Confiabilidade
• Impactos Diretos na Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
• Impactos Ambientais e Ganhos em Eficiência Energética
• Perspectivas Futuras e a Estratégia da Petrobras para a Transição Energética
• Energia Renovável com Economia, Praticidade e Sustentabilidade
• Conclusão: Um Investimento Estratégico com Visão de Futuro

Em um movimento estratégico que alinha o desenvolvimento industrial com preceitos de sustentabilidade, a companhia anunciou um significativo investimento de R$ 860 milhões na modernização da Termorio, uma usina termelétrica crucial localizada no Rio de Janeiro. Este aporte faz parte de um plano mais amplo da estatal, totalizando R$ 33 bilhões em investimentos no refino e na petroquímica do estado fluminense, demonstrando a importância do Rio de Janeiro como hub energético nacional.

O Anúncio de Investimentos: Um Marco para a Petrobras e o Setor de Energia

O pacote de investimentos da Petrobras, divulgado em julho de 2025, ressalta a visão da companhia em aprimorar sua infraestrutura para atender às demandas crescentes por energia e combustíveis de forma mais limpa e eficiente. A parcela destinada à Termorio é particularmente relevante, pois visa a substituição de equipamentos de geração de vapor e energia elétrica, elevando a usina a patamares internacionais de performance e confiabilidade. Este não é apenas um investimento em infraestrutura, mas um passo fundamental para otimizar as operações da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), à qual a Termorio é intrinsecamente ligada.

A Termorio, com uma capacidade instalada de 989 MW, é uma das maiores termelétricas a gás natural do Brasil. Sua operação é vital não apenas para a rede elétrica do Rio de Janeiro, fornecendo cerca de 22% da energia do estado, mas também para a Reduc, à qual supre cerca de 400 toneladas por hora de vapor, um insumo essencial para os processos de refino. A integração entre as duas unidades é um exemplo de sinergia industrial, onde a modernização de uma impacta diretamente a eficiência e a produtividade da outra.

Detalhes do Projeto de Modernização da Termorio: Eficiência e Confiabilidade

O investimento de R$ 860 milhões na modernização da Termorio será direcionado à implantação de uma nova central termelétrica na Reduc, que substituirá equipamentos obsoletos. Essa iniciativa multifacetada visa três objetivos primordiais:

1. Aumento da Eficiência Operacional: A substituição de maquinário antigo por tecnologias de ponta garantirá um uso mais otimizado dos recursos, resultando em maior produção de energia e vapor com menor consumo de combustível. A expectativa é que a nova termelétrica reduza o consumo energético na refinaria em até 15%.
2. Elevação da Confiabilidade: Equipamentos modernos são sinônimo de menor incidência de falhas e interrupções. A modernização visa assegurar a estabilidade no fornecimento de energia e vapor para a Reduc, evitando paradas não programadas que afetam a produção e geram custos elevados. A implementação de sistemas bi-combustíveis (gás natural/diesel) também aumenta a resiliência operacional.
3. Alinhamento com Padrões Internacionais: Ao adotar as melhores práticas e tecnologias disponíveis globalmente, a Petrobras posiciona a Termorio e a Reduc em um patamar de excelência, não apenas em termos de produção, mas também em desempenho ambiental.

Este projeto de modernização é crucial para o pacote maior de R$ 33 bilhões, que engloba investimentos em diversas frentes, como o aumento da produção de diesel S-10 em 20% e de lubrificantes em 12%, além da expansão da produção de Querosene de Aviação (QAV). A modernização da Termorio é, portanto, um pilar que sustenta esses objetivos de crescimento e diversificação.

Impactos Diretos na Refinaria Duque de Caxias (Reduc)

A intrínseca relação entre a Termorio e a Reduc faz com que a modernização da termelétrica traga benefícios diretos e substanciais para a refinaria. A garantia de um suprimento energético mais confiável e eficiente permite que a Reduc opere em sua capacidade máxima, sem as limitações impostas por equipamentos antigos ou interrupções no fornecimento de vapor.

Com a nova central termelétrica, a Reduc alcançará maior autossuficiência energética, diminuindo sua dependência de fontes externas e aumentando a segurança operacional. Além disso, a modernização permitirá à refinaria focar em suas metas de expansão produtiva, como o aumento em 76 mil barris por dia (bpd) na produção de diesel S-10 e em 20 mil bpd de QAV.

Um dos avanços mais notáveis é a capacidade da Reduc de coproduzir combustíveis renováveis. A refinaria está realizando testes para a produção de diesel R7, com 7% de conteúdo renovável, e planeja iniciar a produção comercial de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) até 2025, com uma capacidade de até 10 mil bpd. Essa transição para combustíveis menos poluentes é um reflexo direto dos investimentos em modernização e da estratégia de descarbonização da Petrobras.

Impactos Ambientais e Ganhos em Eficiência Energética

Embora a Termorio opere com gás natural, a modernização de suas instalações e a otimização de seus processos geram impactos ambientais positivos significativos. A substituição de equipamentos mais antigos por novas tecnologias resulta em uma queima mais eficiente e, consequentemente, em uma redução nas emissões atmosféricas. A taxa de CO₂e da Termorio, que já se encontra abaixo da média do setor, deve ser ainda mais aprimorada com este investimento.

A Termorio é uma usina de cogeração, o que significa que ela produz simultaneamente eletricidade e vapor. Esse processo é inerentemente mais eficiente do que a produção separada de ambos, pois aproveita o calor residual, reduzindo o desperdício energético. A modernização aprimorará ainda mais essa eficiência, consolidando a usina como um exemplo de produção energética responsável.

Além disso, o foco em inovações em descarbonização vai além da Termorio. O investimento no Complexo Boaventura, com uma planta de HVO/SAF de 19 mil bpd, e a promoção da economia circular através do rerrefino de lubrificantes (30 mil m³/mês) são exemplos da visão holística da Petrobras em relação à sustentabilidade. A modernização da Termorio, portanto, não é um evento isolado, mas uma peça-chave em uma estratégia ambiental mais ampla.

Perspectivas Futuras e a Estratégia da Petrobras para a Transição Energética

O investimento de R$ 860 milhões na modernização da Termorio se insere na estratégia de longo prazo da Petrobras de diversificar sua matriz energética e avançar na transição para um futuro de baixo carbono. A companhia reconhece o gás natural como um combustível de transição crucial, dada sua menor pegada de carbono em comparação com outros combustíveis fósseis, e está investindo em sua exploração no pré-sal e em infraestrutura como o Rota 3.

A Petrobras tem como meta atingir 30% de renováveis em sua matriz de combustíveis até 2030, e a modernização de unidades como a Termorio, combinada com a produção de SAF e diesel renovável na Reduc, são passos concretos nessa direção. A empresa também está explorando parcerias estratégicas, como as colaborações com a Braskem para a produção de polietileno de baixo carbono, reforçando seu compromisso com a economia circular e a sustentabilidade.

A resiliência operacional é outro ponto focal da estratégia. Com manutenções programadas e investimentos na infraestrutura existente, a Petrobras busca evitar paralisações e garantir a continuidade das operações, um fator crítico para a segurança energética do país.

Energia Renovável com Economia, Praticidade e Sustentabilidade

A afirmação de que a Energia Renovável com Economia, Praticidade e Sustentabilidade é o caminho a ser trilhado ganha forte justificativa a partir dos impactos futuros do investimento de R$ 860 milhões na modernização da Termorio. Embora a Termorio seja uma usina termelétrica a gás natural (um combustível fóssil), sua modernização e a interligação com os projetos de biocombustíveis da Petrobras ilustram perfeitamente essa tríade de benefícios.

• Economia: A modernização da Termorio trará ganhos econômicos significativos. A maior eficiência dos equipamentos resultará em menor consumo de gás natural para gerar a mesma quantidade de energia e vapor, reduzindo os custos operacionais. Para a Reduc, a maior autossuficiência energética significa menor dependência da compra de energia externa, otimizando despesas. Além disso, o aumento da produção de combustíveis de maior valor agregado, como o diesel S-10 e, futuramente, o SAF, diversifica as fontes de receita da Petrobras. A geração de milhares de empregos diretos e indiretos durante a fase de implantação e operação do projeto também injeta dinamismo na economia local e nacional.
• Praticidade: A confiabilidade é um pilar da praticidade. Equipamentos modernos e um sistema energético mais robusto na Termorio e na Reduc garantem um fluxo contínuo de energia e vapor, minimizando interrupções na produção da refinaria. Essa estabilidade é fundamental para a cadeia de suprimentos de combustíveis do país. A integração com a produção de biocombustíveis na Reduc simplifica o processo de transição, utilizando a infraestrutura existente para introduzir novas fontes de energia de forma gradual e eficiente, sem a necessidade de construir plantas completamente novas do zero para cada tipo de combustível.
• Sustentabilidade: Este é o ponto crucial para o futuro. Embora o gás natural seja um combustível fóssil, ele é considerado uma ponte na transição energética devido à sua menor intensidade de carbono em comparação com o carvão ou o óleo combustível. A modernização da Termorio melhora ainda mais essa pegada, reduzindo as emissões por unidade de energia gerada. Mais importante, a capacidade da Reduc de coprocessar biomassa para produzir diesel renovável e SAF (Combustível Sustentável de Aviação) é um salto qualitativo em sustentabilidade. Isso demonstra que mesmo usinas e refinarias tradicionais podem se adaptar e contribuir para a descarbonização, utilizando tecnologias que aproveitam resíduos e fontes renováveis. A abordagem da Petrobras, ao investir em eficiência, cogeração e integração com biocombustíveis, mostra um caminho pragmático para alcançar metas de sustentabilidade, mesmo operando em um setor intensivo em carbono. É a prova de que a “energia renovável” não se restringe apenas à solar ou eólica, mas também à otimização e à integração de fontes mais limpas dentro de um contexto industrial existente.

Conclusão: Um Investimento Estratégico com Visão de Futuro

O investimento de R$ 860 milhões na modernização da Termorio pela Petrobras representa um marco significativo não apenas para a empresa, mas para todo o setor energético brasileiro. É um movimento estratégico que reforça o compromisso da estatal com a eficiência operacional, a confiabilidade de suas instalações e a sustentabilidade de suas operações. Ao modernizar uma de suas principais usinas termelétricas e integrá-la a projetos inovadores de biocombustíveis, a Petrobras não só otimiza sua produção de derivados essenciais, mas também avança em sua agenda de descarbonização.

Este investimento bilionário no Rio de Janeiro, com a Termorio no centro da estratégia, demonstra a capacidade da Petrobras de liderar a transição energética de forma pragmática e economicamente viável. Os impactos socioeconômicos, com a geração de milhares de empregos e a capacitação profissional, somados aos benefícios ambientais de maior eficiência e menor emissão, consolidam a relevância desse projeto. Em suma, a modernização da Termorio é um passo decisivo para um futuro energético mais robusto, confiável e, acima de tudo, sustentável para o Brasil.