Impactos econômicos e regulatórios podem elevar preços ao consumidor final para 2025.
O aumento do imposto de importação de painéis solares, combinada ao nível elevado da taxa básica de juros (Selic) e restrições de instalação de sistemas em razão de alegações de inversão de fluxo, resulta em um cenário adverso para o mercado brasileiro de energia solar.
Mesmo com a crescente demanda do consumidor final pela tecnologia, que permite redução com gastos com eletricidade, a atual conjuntura pode levar ao adiamento do investimento.
Para o CEO da ForGreen, Antônio Terra, há uma tempestade perfeita formada no Brasil para uma queda no volume de compras de sistemas fotovoltaicos de geração distribuída. “Temos impactos negativos no campo regulatório, fiscal e na taxa de juros, que impacta todo o financiamento.”
Terra classificou a decisão de elevar o imposto de importação de painéis solares de 9,6% para 25% como “uma ducha de água fria” e “uma contradição total entre discurso e prática” do governo federal em relação à transição energética. “Nós trabalhamos dentro do regime de cotas, mas sabemos que, pelo volume de importações, vai acabar em breve e teremos que pagar o imposto de 25%. Isso não estava previsto.”
O executivo explicou que a medida obriga a empresa, que atua no desenvolvimento de fazendas solares para o mercado de GD, a ajustar a carta de investimentos para os próximos anos. “Com a cota esgotada, temos um planejamento de readequação da alocação de capital para os próximos anos. Seguimos otimistas com o setor de renováveis, mas vemos uma dinâmica de redução de incentivos.”