2026 Sob Alerta: Riscos Regulatórios e Pressão Macro Freiam Investimento em Energia

2026 Sob Alerta: Riscos Regulatórios e Pressão Macro Freiam Investimento em Energia
2026 Sob Alerta: Riscos Regulatórios e Pressão Macro Freiam Investimento em Energia - Foto: Reprodução / Freepik
Compartilhe:
Fim da Publicidade

Alerta para 2026: Riscos regulatórios e pressão macroeconômica ameaçam o investimento no setor de energia brasileiro.

O setor de energia e infraestrutura brasileiro opera sob uma camada de incerteza que se solidifica em um horizonte próximo. A avaliação de Bruno Werneck, sócio-fundador do renomado escritório Werneck Arguelhes, reacendeu um alerta vermelho para 2026. A convergência de riscos regulatórios internos e a persistente pressão macroeconômica global criam um ambiente desfavorável para o investimento de longo prazo, vital para a transição energética do país.

Conteúdo

O Freio de Mão Macroeconômico: Juros e Liquidez

A primeira camada de preocupação é a pressão macro. Embora a inflação no Brasil tenha dado sinais de arrefecimento, a manutenção de taxas de juros (Selic) em patamares elevados, somada à cautela dos mercados globais, encarece o financiamento de grandes projetos de infraestrutura. O custo do capital (investimento) é a variável mais sensível para usinas eólicas e solares.

O alto custo de debt (dívida) e de equity (capital próprio) diminui a atratividade de novos empreendimentos. A rentabilidade esperada para projetos de energia limpa, que se baseia em contratos de longo prazo (PPAs), é diretamente impactada. Se a remuneração não compensa o risco e o custo da dívida, o ritmo de expansão da energia renovável esfria.

A dependência do Brasil por capital externo para financiar a transição energética torna o setor de energia vulnerável às flutuações cambiais e à política monetária dos países desenvolvidos. A pressão macro atua como um desincentivo silencioso, mas poderoso, ao investimento necessário para a sustentabilidade da matriz.

O Epicentro Regulatório: Concessões e ANEEL e Riscos Regulatórios

O segundo e mais explosivo componente da crise são os riscos regulatórios, concentrados na gestão das concessões. O ano de 2026 é um marco crítico, pois coincide com o vencimento de várias concessões de distribuidoras e com a efervescência política das eleições gerais. Werneck alerta que a indefinição sobre as regras de renovação das concessões é o principal vetor de instabilidade.

A insegurança jurídica é exacerbada pela intensa interferência de órgãos externos, como o TCU (Tribunal de Contas da União) e o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados). O adiamento da votação do PDL sobre as regras de renovação das concessões na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado é um exemplo dessa instabilidade.

Esses órgãos pressionam o governo para alterar as condições de prorrogação definidas pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), retardando o processo. A incerteza sobre se haverá renovação das distribuidoras sob novas regras rígidas ou relicitação paralisa o investimento em redes, deteriorando a qualidade do serviço e aumentando a exposição a falhas.

O Fantasma do curtailment e a Energia Limpa

Para o segmento de clean energy, os riscos regulatórios se manifestam de forma aguda na questão da compensação de energia renovável. O governo demonstrou recentemente sua postura ao vetar os R$ 6 bilhões em compensação por curtailment (corte de geração). Essa decisão envia um sinal perigoso.

Se o gerador de energia limpa não tem garantia de que será ressarcido quando sua produção é cortada por falhas na transmissão ou distribuição, o risco operacional do projeto se eleva dramaticamente. Werneck enfatiza que esta é uma falha de planejamento de infraestrutura, não de mercado. No entanto, o veto presidencial transfere o ônus da ineficiência do sistema para o investimento privado.

A falta de segurança jurídica na compensação afeta diretamente os projetos de eólicas e solares que estão sendo instalados em regiões remotas, onde os gargalos de transmissão são mais severos. Sem previsibilidade de receita, o setor não consegue garantir o payback dos projetos, limitando a capacidade de expansão da energia renovável.

FIM PUBLICIDADE

A Convergência em 2026: Política e Populismo

O ano de 2026 atua como um amplificador desses riscos regulatórios. O ciclo eleitoral tende a aumentar a tentação de se adotar medidas populistas no setor de energia, como a interferência nas tarifas (modicidade tarifária). A pressão política para manter a conta de luz baixa, especialmente antes da votação, pode levar a decisões que comprometem a saúde financeira das distribuidoras e geradoras.

A fragilidade das concessões no período pré-eleitoral pode ser explorada para fins políticos, seja através de mudanças abruptas nas regras contratuais, seja pelo adiamento de reajustes tarifários necessários. Essa instabilidade regulatória é o maior inimigo do investimento em infraestrutura, pois desrespeita a previsibilidade que o capital de longo prazo exige.

A avaliação de Werneck sugere que as empresas devem se preparar para uma intensa volatilidade regulatória e política nos próximos dois anos. A gestão de riscos regulatórios passará a ser tão importante quanto a gestão de ativos de energia limpa.

Estratégias de Mitigação: O Papel da Governança

Para mitigar os riscos regulatórios e a pressão macro, o setor de energia precisa de uma governança regulatória mais robusta e independente. O governo e o Congresso precisam respeitar o papel técnico da ANEEL e do MME, evitando a judicialização e a politização excessiva dos temas setoriais.

A solução para a insegurança jurídica passa pela rápida definição das regras de renovação das concessões, com critérios transparentes e inegociáveis de qualidade do serviço e investimento. O TCU pode garantir a lisura do processo, mas não deve paralisá-lo, como tem ocorrido.

Investimentos estratégicos, como o recente aporte do BNDES na Bioo para a expansão do biometano no Brasil, são fundamentais. Mas mesmo esses projetos de clean energy e sustentabilidade dependem de um ambiente regulatório que garanta que a energia produzida seja vendida e escoada sem cortes arbitrários ou penalidades.

A Urgência da Estabilidade no Setor Elétrico

O setor de energia é a espinha dorsal da economia e da transição energética. A avaliação de Bruno Werneck funciona como um chamado à ação. A ameaça combinada de pressão macro (elevando o custo do capital) e riscos regulatórios (destruindo a segurança jurídica) pode desacelerar o ritmo de investimento em infraestrutura e clean energy no Brasil, justamente quando o país precisa acelerar a modernização.

Para evitar um cenário de estagnação, é imperativo que o governo e o Legislativo priorizem a estabilidade e a previsibilidade. O futuro da sustentabilidade da matriz e a garantia da qualidade do serviço para o consumidor dependem da capacidade de o setor de energia atravessar a turbulência de 2026 com suas regras claras e seus contratos respeitados. A mitigação dos riscos regulatórios é o único caminho para sustentar o crescimento de longo prazo.

Visão Geral

O panorama para o setor de energia em 2026 é marcado pela tensão entre a necessidade de investimento na transição energética e obstáculos impostos pela pressão macro e pelos crescentes riscos regulatórios. A insegurança jurídica gerada pela indefinição das concessões e as políticas de compensação, somadas ao alto custo de capital, fragilizam a segurança jurídica e exigem ações urgentes de governança para garantir a sustentabilidade e a qualidade do serviço do setor.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Facebook
X
LinkedIn
WhatsApp

Área de comentários

Seus comentários são moderados para serem aprovados ou não!
Alguns termos não são aceitos: Palavras de baixo calão, ofensas de qualquer natureza e proselitismo político.

Os comentários e atividades são vistos por MILHÕES DE PESSOAS, então aproveite esta janela de oportunidades e faça sua contribuição de forma construtiva.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ASSINE NOSSO INFORMATIVO

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo em seu e-mail, todas as semanas.

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

ARRENDAMENTO DE USINAS

Parceria que entrega resultado. Oportunidade para donos de usinas arrendarem seus ativos e, assim, não se preocuparem com conversão e gestão de clientes.
ASSINE NOSSO INFORMATIVO

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo em seu e-mail, todas as semanas.

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

Comunidade Energia Limpa Whatsapp.

Participe da nossa comunidade sustentável de energia limpa. E receba na palma da mão as notícias do mercado solar e também nossas soluções energéticas para economizar na conta de luz. ⚡☀

Siga a gente